Um dos autores que melhor
representou a sociedade inglesa na Era Vitoriana, Oscar Wilde (1854-1900),
romancista e poeta de grande genialidade, ficou conhecido tanto pelo seu
talento como por sua vida agitada e por ser um feroz crítico da aristocracia
inglesa, sofrendo perseguições, sendo um dos divulgadores da ideologia arte pela arte, ou seja, a arte da forma
mais simples e pura, sem academicismos ou tradições.
Publicado pela primeira vez em
1890, O retrato de Dorian Gray é a
obra prima de Oscar Wilde, a qual narra a estória de Dorian Gray, um nobre de
rara beleza, no qual tem seu retrato feito por um artista, tendo uma vida
social cheia de aparências, onde na realidade revela sua natureza mundana,
perversa e aterrorizante, o qual se acha o ser mais belo e perfeito de todo o
mundo, acreditando ser o Narciso, personagem da mitologia grega.
Sendo misto de drama social com conto de
terror, O retrato de Dorian Gray desfere
uma impiedosa crítica a sociedade inglesa na Era Vitoriana, cheia de
hipocrisia, preconceitos, falsidades, intrigas, traições e violência, além de
trazer a antiga luta entre o bem e o mal, simbolizada através dessa obra com
final chocante e surpreendente, um clássico que merece ser lido inúmeras vezes,
continuando bastante atual.
Nessa última segunda (26/09) na rádio 87,9 FM Rádio Cidade Sul de Santa Rosa do Sul, aconteceu mais uma edição do programa Correio Cultural, o qual sou apresentador, sendo o nono programa da temporada 2016, apresentado ao vivo e gravado no Youtube, confiram abaixo o programa na integra:
Sendo uma edição com temáticas mistas, a edição de agosto deu ênfase a um tema: O meu TCC de especialização, destacando aquilo que foi descoberto em um ano de pesquisa, valorizando o munícipio de Santa Rosa do Sul:
·Especial TCC de especialização sobre a Polvilhana;
·Festa Cívica de Santa Rosa do Sul;
·Festival de Folclore de Santa Rosa do Sul;
·Revolução Farroupilha;
·Livro: O Auto da compadecida- Ariano Suassuna;
·Filme: O Dia em que a Terra Parou (1951)
·Música de Banda Local: Noite D- Velhos Batutas
· Radicci;
·Poema: Acredite tudo vai dar certo- Andrio Cardoso Pereira
·Música de Encerramento: Imagine- John Lennon
Quero agradecer a todos pela audiência do programa, é gratificante demais o retorno que vocês dão ao programa, espero poder continuar contando nos próximos 03 programas restantes dessa temporada, quem quiser mandar sugestões de tema, elogios ou até mesmo críticas construtivas página do Facebook ou do Youtube do Programa Correio Cultural, ou quiser ser um patrocinador do nosso programa, entre em contato pelo e-mail: andriocardosopereira@hotmail.com, fiquem a vontade, quero cada vez mais fazer esse programa ser a cara de quem o ouve.
Quero dizer que é uma alegria imensa fazer esse programa, é um dos primeiros programas radialísticos da região sul catarinense abordar somente questões culturais, trazendo informações diferenciadas, curiosidades, músicas de bandas locais e a importância de preservar nossa cultura e história, valorizando nossa identidade, pois um povo sem identidade cultural é igual uma árvore sem raiz. Estarei aguardando a audiência de todos, dia 28 de outubro, ás 17 horas, na próxima edição do Correio Cultural.
O Capitão Willard (Martin Sheen) recebe a missão de encontrar e matar o comandante das Forças Especiais, Coronel Kurtz (Marlon Brando), que aparentemente enlouqueceu e se refugiou nas selvas do Camboja, onde comanda um exército de fanáticos.
COMENTÁRIO
Clássico dirigido pelo genial
Francis Ford Coppola (trilogia O Poderoso
Chefão, Drácula de Bram Stoker), Apocalypse Now é uma obra prima poderosa
que conseguiu manter seu impacto com o passar do tempo, uma produção épica
recheada de estórias curiosidades e assustadoras nos bastidores, que
revolucionou o modo de fazer filmes de guerra, com atuações impecáveis, trilha
sonora maravilhosa e enredo que oscila entre o épico de guerra, aventura com um
drama psicológico intenso, sendo uma adaptação do romance O Coração das Trevas de
Joseph Conrad.
Mudando a ambientação do livro (o livro se
passa na África na virada do século XIX para o XX), mas mantendo o enredo
original e o tom sombrio, o filme conta a estória de um capitão que tem a
missão de matar um coronel que enlouqueceu, sendo obrigado a enfrentar as
perigosas selvas do Vietnã, infestadas de perigo, conhecendo de perto os mais
terríveis horrores que uma guerra pode trazer as pessoas.
Ambientado na Guerra do
Vietnã, o filme mostra um retrato psicológico dos combatentes desse conflito,
usando imagens fortíssimas, cheias de simbolismos e psicodelismos, podendo ser
entendido como alucinações causadas por drogas, aliás o filme inteiro retrata isso
de forma constante, coisa que é comprovada que muitos combatentes do exército
dos Estados Unidos usavam entorpecentes para fugir daquela realidade violenta
dos combates, sendo que o espectador não consegue definir o que é alucinação ou
realidade, parecendo que ambos são basicamente as mesmas coisas, podendo chegar
a uma conclusão: a Guerra do Vietnã foi traumática e um verdadeiro pesadelo de
quem esteve lutando nesse conflito, especialmente para os jovens que lá foram,
cheios de idealismo, porém acabam por terra a hora que vão para o campo de
batalha e conhecem a realidade da guerra.
Como todo clássico, inúmeras estórias
relacionadas aos bastidores da produção tornaram Apocalypse Now ainda mais conhecido, como no caso do set de
filmagens ser destruído por um poderoso furacão, Martin Sheen teve um violento
infarto no meio das filmagens, uso excessivo de drogas entre o elenco para
estimular a interpretações mais alucinadas e muitas outras estórias, que
renderam um documentário dirigido pelo próprio Coppola somente sobre os
bastidores do filme, merece também ser assistido, mostrando o quanto essa obra
é inesquecível, tal como um trama deixado pela Guerra do Vietnã e por todas as
guerras que assolaram e assolam o mundo.
Banda surgida em março de 2012, na cidade de Sombrio, Velhos Batutas tem na sua formação músicos experientes, os quais tocaram em diversas bandas que fizeram a História da música na região. O repertório da banda é o Rock'N'Roll, contemplando os mais variados subgêneros do Rock, fazendo cover de canções nacionais e internacionais sempre de maneira original e muito própria. Os integrantes dos Velhos Batutas são: Romildo (Guitarra), Amarildo (Guitarra), Rodrigo (Baixo), Edmilson (Violão/ Guitarra), Sander (Vocal) e Reginaldo (Bateria).
Depois de anos realizando shows (Santa Rosa do Sul, Sombrio, Balneário Gaivota e outros municípios), no dia 15 de junho de 2013, os Velhos Batutas lançam oficialmente em show realizado durante a festa de Santo Antônio de Pádua em Sombrio, sua primeira música própria, Noite D, escrita pelo vocalista Sander Padilha, inspirada na sua grande paixão, carros antigos.
A letra é uma homenagem ao Clube do Opala Catarinense e também aquelas pessoas que são apaixonadas por carros antigos, corridas de carro e especialmente ao velho Opala, primeiro carro de passeio fabricado no Brasil, produzido de 1968 a 1992, um clássico dos automóveis brasileiros. Acima está o clipe oficial da música, é só aumentar o som, clicar e curtir o Rock dos Velhos Batutas.
Quero aproveitar para mandar um grande abraço a todos integrantes da banda Velhos Batutas e dar parabéns pelo belíssimo trabalho que fizeram, espero que retornem em breve, o Blog do Professor Andrio estará sempre de portas abertas a vocês e a todas bandas da região.
Mesmo com o avanço da
tecnologia e a todo instante surge novidades das mais variadas formas, o
passado continua despertar admiração das pessoas, anto que existe
colecionadores de objetos antigos, videogames, LP’s, brinquedos e gibis em
todas as partes, sendo uma tendência na arquitetura, moda e cultura, não
perdendo seu charme.
Sendo um dos meios de
comunicação mais populares da atualidade, a internet desde seu início aderiu de
corpo e alma a cultura retrô, tendo inúmeros sites, canais no Youtube, blogs e
páginas do Facebook dedicadas a esse gênero, existe algumas que falam em vários
temas, outros falam especificamente de um tema, indo de encontro com o gosto de
cada pessoa. Incluindo esse blog no gênero, segue abaixo alguns links que
trabalham com o universo retrô, logicamente que existe incontáveis, mas esses
são os mais significativos, que merecem dar uma conferida, divirtam-se:
Vídeo feito pela ANDRIOFILMES em 2009, é uma representação de poemas românticos que escrevi sobre a personagem Helena, a qual foi baseado na Mitologia Grega, e representa do amor a qual estou a espera, e tenho certeza que todos homens também sonham e esperam. Confiram o vídeo.
Um bom fim de semana, grande abraço e até a próxima.
Em novembro de 2015 na rádio
Cidade Sul 87,9 FM iniciou o programa Correio
Cultural, projeto de levar informação, música e cultura a todos, sem
sensacionalismo e pseudo intelectualismos, num formato completamente diferente
do que existia na região do vale do Araranguá, fazendo grande sucesso, dez
meses se passaram, de simples programa radialístico regional a programa
transmitido via internet, indo além daquilo que era esperado.
Desde o princípio do projeto, lá em 2012, a
intenção era transformar o Blog do
Professor Andrio em um programa de rádio, que trabalhasse com todas as
colunas do blog, dando vida aos textos escritos lá, além de se inspirar em
programas jornalísticos europeus especializados em cultura e História,
apresentando por historiadores famosos como Marc Ferro, Umberto Ecco (já
falecido) e Jacques Le Goff (já falecido), os quais são populares, porém
moldando conforme a realidade em que vivo. Assim como aqui no blog, os quadros
de maior sucesso são aqueles relacionados a notícias, a cultura e História de
Santa Rosa do Sul.
Sendo o blog, a emissora de rádio e o projeto
com sede em Santa Rosa do sul, nada mais justo que a grande maioria do conteúdo
do programa seja relacionado ao munícipio, trazendo notícias relacionadas aos
eventos culturais, curiosidades, fatos históricos e biografias, mostrando as
novas gerações um pouco da cultura e História daqui, e as pessoas mais maduras
e que já estão na Terceira Idade, uma chance de relembrar momentos
inesquecíveis, com aquela linguagem simples que todos conhecem e gostam.
De forma
bem sucinta, além por ser morador e a rádio pertencer ao munícipio, falar sobre
Santa Rosa do Sul no Correio Cultural é uma verdadeira missão
a qual levo a sério, sempre buscando aquilo que é importante e bonito do
munícipio, fazendo uma atividade de educação patrimonial, ou seja, quer trazer
de voto a identidade histórica e cultural do povo sul santarosense, mostrando
que nosso maior patrimônio é nossa cultura e que vale a pena lutar por ela
diariamente.
Título Original: The Day the Earth Stood Still Duração: 92 min.
Ano: 1951 Diretor:Robert Wise
País: Estados Unidos
Idiomas disponíveis e legendas: Inglês/ Português
Gênero: Ficção Científica/ Aventura
Temática: Ufologia/Guerra Fria
SINOPSE (Fonte: Adoro Cinema)
Um disco voador pousa em Washington, capital dos Estados Unidos. Seu único ocupante é Klaatu (Michael Rennie), um ser humanoide que pede paz aos terráqueos. Confundido com uma criatura perigosa, Klaatu é atingido por um soldado. O ataque desperta a fúria de Gort (Lock Martin), um robô que acompanha Klaatu e tem por missão protegê-lo, o que resulta na destruição do capitólio. Klaatu ordena que Gort cesse o ataque, aceitando ser levado a um hospital para conhecer melhor o estilo de vida dos humanos.
COMENTÁRIO
Clássico da ficção científica
da década de 1950, O Dia em Que a Terra
Parou é uma obra-prima singular do cinema, continua encantador, reflexivo e
impressionante com seus efeitos especiais singelos para os padrões atuais mas
de altíssima qualidade para aquela época, ao contrário de alguns filmes feitos
naquele período, esse não envelheceu com a passagem do tempo, ao contrário,
ficou ainda mais charmoso, imponente e sua mensagem pacifista continua tão
atual e forte.
A trama conta a incrível estória de um
extraterrestre e seu fiel robô, que vem até a Terra alertar os terráqueos do destino
da humanidade caso não cessem todos os conflitos e o uso de armas nucleares,
que acabariam sofrendo um ataque devastador de outras forças extraterrestres em
represália ao mau comportamento dos humanos, mesmo sendo hostilizado, eles
seguem sua jornada em reunir todos os líderes do mundo para passar essa
mensagem e buscando uma alternativa para a paz na Terra.
Pegando como premissa a paranoia de invasão
extraterrestre, algo que começou a ficar bastante forte a partir da década de
1950, O Dia em que a Terra Parou faz
uma impiedosa crítica política a Guerra Fria (1945-1989), conflito que envolveu
EUA e União Soviética (Rússia) numa disputa ideológica e armamentista, que
estava dividindo o mundo, além de criticar a brutalidade humana, sendo capazes
de fazer atrocidades horrendas como usar armas de destruição em massa e provocar
genocídios em nome do poder ou apenas por diversão, além de deixar uma mensagem
de reflexão através de uma intimação: a destino final da humanidade depende de
todos nós.
Causando um imenso impacto na época de seu
lançamento, inclusive assustando plateias ao redor do mundo por ser um dos
primeiros filmes retratar seres alienígenas e discos voadores esse filme
continua vivo na imaginação das pessoas, fazendo parte da cultura pop graças ao
seu visual arrojado, cenas e frases, mantendo o charme e o encantamento,
elementos existentes em um verdadeiro clássico do cinema.
Publicado na década de 1950, As Pontes de Toko-Ri é um grande
clássico da literatura bélica que fez sucesso na época, como de costume tanto
no passado como nos dias de hoje, ganhou uma belíssima adaptação cinematográfica
em 1954, estrelada por Willian Holden e Grace Kelly, vencedor
do Oscar na categoria de Efeitos Especiais graças ao realismo e cenas de
batalha bem produzidas.
Ambientada na Guerra da Coreia
(1950-1953), o livro narra as aventuras de um veterano da Segunda Guerra
Mundial, que gozava de uma vida tranquila com sua esposa, acaba voltando para o
campo de batalha, indo lutar na Coreia, tendo uma missão perigosa: destruir
pontes estratégicas situadas na Correia do Norte, usando um bombardeiro,
evitando que as tropas inimigas avancem.
Mesmo sendo pautado na aventura e na ação, As Pontes de Toko-Ri faz uma crítica ao
militarismo dos Estados Unidos através da participação do país na Guerra da
Coreia, a futilidade dos conflitos, além do desperdício de dinheiro e vidas
nessas guerras, um épico reflexivo e que mostra a verdadeira face de todas as
guerras.
20 de Setembro, data a qual comemora-se o aniversário da Revolução Farroupilha, feriado no Rio Grande do Sul, conflito ocorrido no sul do Brasil de 1835 a 1845, durante o período regencial, estanceiros gaúchos enfrentaram as forças imperiais, em um dos conflitos mais longos e sangrentos da História do Brasil, sendo celebrado com desfiles, eventos culturais e especiais na televisão, especialmente no Rio Grande do Sul e algumas partes de Santa Catarina, indo além da História, fazendo parte da identidade do sul brasileiro esse sentimento de bravura, expressando nos mais variados segmentos culturais e sociais.
Como segmento cultural, a Revolução Farroupilha inspirou inúmeras obras de arte, livros, filmes, novelas, séries de TV e principalmente, obras músicas que contam fatos desse conflito, existindo uma infinidade delas gravadas por grandes nomes da música gauchesca, nessa postagem iremos mostrar uma que representam bem esse acontecimento histórico:
GRITOS DE LIBERDADE- GRUPO RODEIO
Belíssima canção lançada em 1997, retrata um dia de combate na Guerra dos Farrapos, tudo que um combatente passava, e também remete as estórias de fantasmas que existe no Rio Grande do Sul, as quais contam que no dia em que o vento Minuano assopra, pode se ouvir sons de batalhas, de soldados gemendo de dor e da cavalaria, fazendo que os cavalos fiquem assustados, fazendo parte do folclore gaúcho. Prestem atenção na letra.
Você conhece a cena acima? É
um dos games de ação mais famosos de todos os tempos, que se mantém popular
mesmo quase duas décadas depois de seu lançamento inclusive com as novas
gerações tão acostumadas com gráficos cada vez mais realistas, estou falando do
clássico Goldeneye 007, game
exclusivo para Nintendo 64.
Lançado em 1997 pela
Nintendo/Rare, Goldeneye 007 é
baseado no filme 007 Contra Goldeneye (1995), o enredo do jogo basicamente é o mesmo do cinema: James Bond (Pierce
Brosnan) luta para impedir que a máfia russa use uma poderosa arma de
destruição em massa, viajando ao redor do mundo em perigosas missões.
Sendo um dos primeiros games de tiro em primeira
pessoa a usar mais de dois jogadores, Goldeneye
007 conquistou o público pelos belos cenários, enredo bastante eletrizante,
a caraterização dos personagens do filme e pela ação realista, servindo de
modelos para os jogos de tiro em primeira pessoa que vieram posteriormente,
revolucionando o mundo dos games, podendo sentir o seu impacto cultural até os
dias de hoje.
Mesmo sendo um game revolucionário e ter feito
um estrondoso sucesso, Goldeneye 007 não
teve uma continuação direta, mas foi e continua a ser copiado, tornando ele um
jogo único e diferente dos demais, porém foram feitos remakes oficiais,
colocando gráficos das gerações mais recentes, mas mantando aquela ação e
jogabilidade eletrizante que tem, continuando a fazer a cabeça da galera, tornando-se
em um clássico dos games.
Feito em 2008 pela ANDRIOFILMES, esse vídeo faz um anacronismo muito interessante entre um desenho animado e acontecimentos do final da Segunda Guerra Mundial, mostrando todo poder ideológico das produções cinematográficas, em especial os desenhos animados, porém com resultados muito macabros e lamentáveis.
Pegando trechos de um desenho animado feito pelo governo japonês em 1936, o qual mostra o famoso personagem criado por Walt Disney, Mickey Mouse de forma totalmente diferente daquele o qual é conhecido, bem malvado, bombardeando e invadindo uma ilha, prenunciando uma suposta invasão do Estados Unidos no Japão. Depois mostrando o que aconteceu com o Japão no fim da Segunda Guerra Mundial, tanto a invasão como a destruição pelas bombas atômicas, tornando veracidade aquilo mostrado no desenho animado.
Grande sucesso da ANDRIOFILMES, esse vídeo tem mais de 35.145 visualizações no Youtube, havendo vários comentários, desde quando ele foi realizado, a minha intenção foi mostrar que nunca se deve usar desenhos animados, gibis ou qualquer outra forma de entretenimento para usar como arma ideológica para cometer ataques a pessoas inocentes. Confiram abaixo o desenho e tirem suas próprias conclusões:
Título Original: Legends of the Fall Duração: 134 min.
Ano: 1994 Diretor:Edward
Zwick
País: Estados Unidos
Idiomas disponíveis e legendas: Inglês/ Português
Gênero: Aventura/ Faroeste/ Épico de Guerra/ Romance/ Drama Histórico/ Filme sobre Gangster
Temática: Primeira Guerra Mundial/ Lei Seca/ Grande Depressão
SINOPSE (Fonte: Adoro Cinema)
Três irmãos, três destinos. Alfred (Aidan Quinn) é o mais velho e reservado, o caçula Samuel (Henry Thomas) é o protegido por todos, e o do meio, Tristan (Brad Pitt), aprendeu com os índios a ter um espírito aventureiro. Ao trazer de volta para o rancho do pai (Anthony Hopkins) uma bela jovem (Julia Ormond), noiva de Samuel, os irmãos se encantam por ela e iniciam um conflito de paixões que pode terminar em tragédia para sua família.
COMENTÁRIO
Grandioso épico dirigido por
Edward Zwick (diretor de filmes famosos como O Último Samurai, Diamante de Sangue e Tempos de Glória), Lendas da Paixão é um grande clássico do cinema
feito na década de 90, foi vencedor do
Oscar na categoria de Melhor Fotografia, além de ter um elenco fantástico com
Anthony Hopkins, Aidan Quinn e principalmente Brad Pitt, que se transformou
rapidamente em astro dali então, além de misturar inúmeros gêneros como o drama
histórico, romance, épico de guerra, aventura, faroeste e filmes de gângster,
coisa que agradou diversos públicos.
Ambientado entre as décadas de 1910 a 1930, o
filme retrata a saga de três irmãos, que mesmo sendo rivais devido ao
surgimento de uma linda mulher, conseguem manter seus laços de união,
enfrentando vários perigos, intrigas e vivenciando de perto as transformações
históricas que acontecem em mais de 20 anos, sendo obrigados a deixar as
diferenças de lado, no intuito de defender a continuidade de sua família.
Tendo uma
fotografia magnífica e uma trama cheia de emoção, Lendas da Paixão apresenta acontecimentos históricos cruciais do
início do século XX, onde acontece a mistura de gêneros cinematográficos, como a Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
retrata de forma realista e tocante, mostrando a selvageria de um conflito
sangrento e altamente destrutivo, apresentando o Inferno que os combatentes
encontraram no campo de batalha e crítica o falso idealismo de heroísmo
propagado naquela época (épico de guerra); e a Grande Depressão dos anos 1930,
gerando miséria e surgimento de organizações criminosas (filmes de gangster),
além da Lei Seca, que proibia a venda de bebidas alcoólicas, fomentando o
comércio ilegal. Já as partes que remete ao faroeste é pelo fato de Tristan
(personagem interpretado por Brad Pitt) ser de origem indígena e ter forte
ligação com a natureza, pelo fato de sua família viver em uma fazenda e seu pai
ser um exímio atirador, havendo inúmeras sequências de tiroteio, rituais
indígenas e um clima bem rural, elementos bem caraterísticos dos antigos
westerns (filmes de cowboy), tornando ainda mais interessante esse filme, um
clássico moderno que merece ser assistido inúmeras vezes.
Grande expoente do Romantismo no Brasil, Bernardo Guimarães (1825-1884) foi autor de grandes clássicos de nossa literatura, sempre retratando personagens simples e fortes, além de retratar questões como o abolicionismo e a luta pela liberdade, agradando em cheio o público da época com obras como O Seminarista e principalmente, a Escrava Isaura, sua obra mais conhecida e diversas vezes adaptadas para teatro, cinema e televisão.
Publicada em 1872, o Seminarista é uma das obras mais
críticas escritos por Bernardo Guimarães, o qual narra a dramática estória dos
jovens Eugênio e Margarida, que desde crianças nutriam uma intensa paixão,
porém devido a intensa religiosidade de sua família, o pai de Eugênio acaba o
obrigando ir para um seminário, fazendo que o jovem fique dividido entre o amor
e sua vocação religiosa, gerando consequências graves.
Ambientado no sertão de Minas Gerais na
segunda metade do século XIX, o livro faz uma impiedosa crítica ao celibato
religioso e principalmente, as famílias daquela época, que exerciam os seus
desejos de forma autoritária, impondo casamentos arranjados ou fazendo que
seguissem a vida religiosa, indiferente aos sentimentos dos jovens,
impedindo-os de seguir seus caminhos com os próprios pés, gerando frustrações e
tragédias, sendo um retrato fiel da sociedade patriarcal em que o Brasil vivia
no Segundo Reinado (1840-1889), que infelizmente ainda existe em algumas partes
do país, principalmente em cidade do interior, tornando essa obra em um grande
clássico da literatura nacional.
Grande nome da música
tradicionalista gaúcha, João Chagas Leite tem uma das vozes mais lindas e
emotivas dos artistas do sul brasileiro, trazendo em seu repertório músicas que
falam de amor, vida do campo, da História e da mescla cultural vivida na fronteira
entre Rio Grande do Sul e o Uruguai, sendo que João Chagas é natural de
Uruguaiana.
Lançada no final dos anos 80, Ave Sonora faz parte do álbum de mesmo
nome, é uma canção belíssima, poética, que faz alusão ao fim da repressão
promovida pela Ditadura Militar, a volta dos direitos democráticos e a uma nova
era que iniciava na época em que foi lançada, usando como metáfora um pássaro e
uma jovem moça, sendo que a ave simboliza o povo e a moça a própria liberdade,
abaixo está um vídeo com a música, prestem muita atenção nessa linda canção:
Aconteceu na praça Matriz no último sábado (10/09) em Santa Rosa do Sul, o Recicla CDL, evento realizado pelo CDL Jovem. O objetivo desse evento era recolher todo o lixo eletrônico existente em nosso município, sendo levado para centros de reciclagem especializados nesse tipo de material.
Eventos ambientais como esse realizado em Santa Rosa do Sul é da mais extrema importância, pois além de fazer uma verdadeira limpeza daquilo que não é mais útil em nossas casas, é também ajudar a salvar o planeta Terra, que vem tendo transformações radicais nos últimos tempos, devido ao aquecimento global, resultado da ação violenta do homem no meio ambiente. Sem dúvida, o Recicla CDL é um momento histórico para o munícipio de Santa Rosa do Sul.
Queria parabenizar a toda equipe do CDL Jovem de Santa Rosa do Sul pela iniciativa belíssima, foi um grande sucesso e tomara que idéias e atitudes como essas continuem, pois só engrandece cada vez mais o nosso município. Também quero agradecer ao pessoal que organizou e trabalhou no evento pelo acolhimento, atitudes como essa, sempre terão apoio do professor Andrio e desse humilde blog.
Depois de duas noites e dois dias de muita diversão, cultura e momentos inesquecíveis, chegou ao fim a terceira edição do Festival de Folclore em Santa Rosa do Sul na última sexta (09/09), sendo um grande sucesso em todos os sentidos, entrando definitivamente para o calendário de eventos culturais do município e também de toda região. Vamos agora assistir um vídeo resumindo os melhores momentos do evento:
Vendo esse vídeo, podemos perceber que aconteceu uma mudança grande no festival desse ano em relação aos anos anteriores, começando com as apresentações, o nível delas estava altíssimo, cheias de criatividade e qualidade técnica, os stands temáticos estavam bem mais produzidos e a quantidade de dias, quatro nessa edição, ajudou a melhorar o andamento da programação, além do grande público que esteve presente nos dias de evento, fazendo que a terceira edição do Festival de Folclore fosse um sucesso.
Quero parabenizar a toda comissão organizadora, as escolas e a todos que ajudaram de forma direta e indireta para que o festival fosse o sucesso, estava tudo muito lindo e perfeito, que continuem melhorar cada vez mais, foi sem dúvida a melhor edição do festival já feita e a tendência é melhorar cada nova edição .
Terminando essa cobertura do evento, quero agradecer a todos pelo apoio e por acompanharem as postagens nesses últimos dias, MUITO OBRIGADO, mas também pedir desculpas, foi tudo muito corrido, aguardamos agora ansiosamente pela próxima edição desse evento lindo e divertido, que ganhou a simpatia do povo de Santa Rosa do Sul.
Continuando o ritmo bastante animado e emotivo, o segundo dia do III Festival de Folclore de Santa Rosa do Sul (09/09) ficou concentrado dentro do ginásio municipal, tendo atrações totalmente voltadas as escolas, todas feitas pelas próprias escolas, com figurinos, trilha sonora e coreografias feitas pelos alunos e professores, mostrando criatividade e qualidade técnica.
Assim como no primeiro dia, as apresentações eram bem diversificadas, indo do tradicional ao contemporâneo, tal como Hip Hop, cultura açoriana, Boi de Mamão, Sítio do Picapau Amarelo, danças folclóricas de várias regiões de Santa Catarina e Brasil, Capoeira, além é claro de uma linda homenagem a cultura e a História de Santa Rosa do Sul, sendo um dos momentos mais emocionantes de todo o festival.
Durante as manhãs e tardes dos dias 08 e 09 de setembro, além das apresentações culturais, houve a visitação aos stands temáticos, todos feitos pelas escolas do munícipio, cada uma tematizando um tema relacionado ao folclore, sendo os seguintes temas: cultura açoriana, medicina antiga, parlendas, brincadeiras antigas, Boi de Mamão, lendas brasileiras, Monteiro Lobato e ao universo das bruxas de Franklin Cascaes, todos lindamente decorados, mostrando novamente a criatividade de alunos e professores. No próximo informativo, faremos um encerramento do evento com um vídeo resumindo o evento, NÃO PERCAM.
Grande abraço, BOM FIM DE SEMANA, até o próximo!
Na noite do último dia 07 de setembro, iniciou no Ginásio de esportes de Santa Rosa do Sul, a terceira edição do Festival Municipal de Folclore, trazendo um grande público, que assistiu a breve cerimônia de abertura, logo após iniciando as apresentações culturais, sendo continuidade da Festa Cívica, evento que acontece no dia da Independência do Brasil.
Sendo uma noite marcada pela dança por homenagens emocionantes, subiram no palco montado fora do ginásio a Fanfarra Municipal Filhos da Terra, grupos de dança Açoriano, Brasil Xtreme, Free Dance e o Brazilian Dance, grupo que fez um grande sucesso no passado, que tinha dado um tempo e agora retornou com nova formação, fazendo uma linda homenagem a todas as ex-participantes, sendo um dos momentos mais especiais da noite.
No dia 08 de Setembro, foi o dia onde os stands temáticos foram abertos ao público e iniciaram as apresentações dentro do ginásio municipal, sendo totalmente dedicadas as turmas das escolas municipais e estaduais de Santa Rosa do Sul, lotando o ginásio tanto no período da manhã como da tarde.
Além das visitações aos stands temáticos, aconteceram apresentações de grupos de dança, todas apresentando vários aspectos do folclore brasileiro, remetendo ao passado e ao presente, tal como o Sítio do Picapau Amarelo, as brincadeiras antigas, as nossas origens açorianas, o Boi de Mamão e danças modernas, resumindo um pouco da cultura local.
No período da noite, aconteceram várias apresentações no palco montado fora do ginásio, com apresentações de dança e música, tendo balé, Boi de Mamão tocado pelo grupo Rosas do Sul, mitos das fadas e especialmente, a estréia oficial da Jazz Band do Grupo Rosas do Sul, encantando a todos que estavam presentes.
Como na maioria das cidades brasileiras, Santa Rosa do Sul, celebrou o dia 07 de setembro, data em que comemoramos a data da Independência do Brasil, proclamada por Dom Pedro I nas margens do rio Ipiranga, cidade de São Paulo, há mais de 190 anos atrás.
Mantendo o costume iniciado há três anos atrás, aconteceu no 07 de setembro a quarta edição da Festa Cívica, trazendo diversas atrações culturais, no intuito de causar reflexão e diversão a toda população sobre o significado histórico dessa data no Brasil, Santa Catarina e em nosso município.
Iniciando a festa, aconteceu o tradicional Desfile Cívico, tendo a participação das escolas e entidades municipais, sendo que esse ano foi ressaltado no desfile a cultura local, o folclore brasileiro, a valorização do esporte, a defesa da vida, os projetos sociais, as festas das escolas, o resgate das brincadeiras infantis e o verdadeiro sentimento de ser brasileiro. Logo após, foi executado o Hino nacional, havendo o pronunciamento as autoridades, abrindo a Festa Cívica, a qual contou com apresentações das escolas do município, as quais ressaltaram a importância da infância e a valorização das brincadeiras infantis, encerrando assim a Festa Cívica. Confiram abaixo um trecho do Desfile Cívico:
Abaixo segue um artigo na integra escrito por mim em 2009, durante a disciplina de História do Brasil Império, ministrada pelo professor Valdir Luiz Schwengber. O presente artigo vem fazer uma analise sobre o dia 7 de setembro de 1822, considerado pelos historiadores o dia da Independência do Brasil, mostrando como esse fato ganhou importância ao passar do tempo, tornando-se uma das manifestações cívicas mais importantes do calendário brasileiro e também sua influência em nossa identidade nacional. Abaixo tem a bibliografia completa para vocês lerem.Antes do artigo, ouçam o Hino de Independência, feito pelo próprio Dom Pedro I, o qual exalta a nação brasileira, fala da Independência e que defenderá a pátria, prestem a atenção na letra:
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: FATO QUE CONTRIBUIU PARA A FORMAÇÃO DE NOSSA IDENTIDADE NACIONAL
A emancipação do Brasil, muitas vezes interpretada de forma contraditória, de maneira romântica ou patriótica, sem dúvida é um daqueles assuntos históricos que merecem nossa atenção.
O famoso grito “Independência Ou Morte”, imortalizada em pinturas, cinema, televisão (algumas vezes mostrado de maneira irônica ou erótica) e nos livros de História mexem profundamente com nosso sentimento patriótico, levando todos brasileiros aquela velha pergunta, será que realmente aquela cena as margens do rio Ipiranga aconteceu?
Nesse sentido, mesmo com os prós e contras, consideramos que a Independência do Brasil teve um papel fundamental para a criação de nossa identidade nacional atual.
Compreendendo que a Independência do Brasil é um fato histórico importante para a criação da identidade patriótica, descreveremos como aconteceu o processo de emancipação, discutindo sobre os famosos desfiles cívicos na Semana da Pátria, comparando o fato verídico com pinturas e filmes querem mostrar, além de relacionar ele com a realidade atual, respondendo a seguinte pergunta: Qual a influência da independência brasileira para a formação de nossa identidade nacional?
Anos após a chegada ao Brasil, a Família Real portuguesa pensava que tinha livrado-se de todos os seus problemas, inclusive de Napoleão Bonaparte, tudo iria ser tranqüilo, bela ilusão. Mesmo com o fim das Guerras Napoleônicas, a Europa foi novamente agitada, devido às revoluções liberais.
Para piorar a situação de Portugal, em 1820, inicia-se a Revolução Liberal do Porto. Segundo Almeida da Silva (1995, p. 9), “a vitória da revolução liberal foi saudada com entusiasmo pelos brasileiros, e nas províncias logo foram eleitos deputados que iriam representar o Brasil nas Cortes”. A situação da Família Real ficou ainda mais complicada, que já estava preocupada com a onda de Independências na América Espanhola, lideradas por San Martín e Simon Bolívar.
Nesse contexto, em 1821,a Corte de Dom João VI teve que voltar as pressas para Portugal, tentar resolver os problemas relacionados à Revolução do Porto, deixando em seu lugar o príncipe regente, Dom Pedro. A seguir, as Cortes subordinaram todas as províncias brasileiras ao comando direto de Lisboa, fechando órgãos públicos brasileiros, favorecendo somente os comerciantes portugueses, além de fazer pressão para o príncipe regente voltar a Europa. Com essa política, as Cortes pretendiam recolonizar o Brasil, piorando ainda mais a situação daqui.
Esse fato foi decisivo para iniciar uma satisfação popular em relação a Corte portuguesa. Segundo Salles Oliveira (2005, p.11), “em decorrência da Revolução do Porto, evidenciaram-se incompatibilidades entre os interesses dos ‘portugueses’ de ambos os lados do Atlântico, o que teria ensejado o reajustamento das pretensões de grupos políticos enraizados no centro-sul, que se voltaram para a opção separatista tendo à frente D. Pedro”.
Logicamente, deixar Dom Pedro no Brasil foi uma jogada inteligentíssima de Dom João VI, pois assim manteria a monarquia na antiga colônia e, ao mesmo, viabilizar a continuidade da dinastia de Bragança à frente do governo em uma eventual declaração de independência, a qual o rei tinha certeza, que mais cedo ou mais tarde iria acontecer.
Ao mesmo tempo, muitas revoltas eclodem de norte a sul, dividindo o país em dois partidos, o Partido Português e o Partido Brasileiro, o primeiro defendia logicamente os interesses de Lisboa,o segundo defendia a independência e uma união entre Brasil e Portugal, como nações amigas. Devido às pressões de vários setores, Dom Pedro optou pela independência. Mesmo assim, as pressões e decretos das Cortes de Lisboa continuavam ferozes, revoltando a população brasileira cada vez mais.
Vendo que Lisboa exigia incansavelmente o retorno imediato do príncipe regente a Europa, vários setores brasileiros organizaram uma campanha para coletar assinaturas a favor da permanência de Dom Pedro no Brasil, conseguindo 8 mil assinaturas, número expressivo para época, sendo entregue ao príncipe no dia 29 de dezembro de 1821, pelo presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Clemente Pereira.
A resposta de Dom Pedro aconteceu no dia 9 de janeiro de 1822, expressado em sua celebre frase “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo que fico”. Com esse episódio conhecido como “O Dia Do Fico” , o príncipe regente entrava em rota de colisão com Lisboa, agora a independência seria uma questão de tempo.
Não demorou muito, a reação do Partido Português foi estacionar as tropas portuguesas no Rio de Janeiro, comandadas pelo general Avilez, que exigiam obediência de Dom Pedro às ordens das Cortes. No confronto que se seguiu, Avilez foi vencido e expulso do Brasil com suas tropas.
José Bonifácio, um dos ministros de Dom Pedro, convocou em fevereiro o Conselho dos Procuradores das Províncias do Brasil, no intuito de assessorar o príncipe regente, além é claro estabelecer uma ligação política entre o Rio de Janeiro e as outras províncias, procurando garantir a unidade territorial.
Em maio, foi decretado que nenhuma ordem das Cortes seria aceita sem o “cumpra-se” do príncipe regente. No mês seguinte, o cenário político foi novamente tumultuado, devido às divergências dos partidários de José Bonifácio e os de Gonçalves Ledo quanto a convocação de uma Assembléia Constituinte, cujo objetivo era elaborar uma Constituição para o Brasil.
Gonçalves Ledo conseguiu mobilizar a opinião pública e a imprensa em defesa da convocação. Novamente pressionado, levou Dom Pedro a aprovar a iniciativa, e a Assembléia foi convocada. Nesse mesmo instante, inicia-se uma onda de revoltas de norte a sul, dando ínicio as chamadas guerras de independência.
No final de julho, Dom Pedro viajou a província de São Paulo, tentar acalmar uma rebelião contra José Bonifácio. Ao retornar de Santos, próximos da capital paulistas, às margens do riacho do Ipiranga, chegaram os últimos decretos das Cortes de Lisboa. Como não poderia deixar de ser, eram ordens severas, um delas era que anulasse a convocação do Conselho dos Procuradores.
Na mesma ocasião, também recebeu duas cartas pessoais, uma de seu ministro José Bonifácio e outra de sua esposa, Dona Leopoldina, que aconselhavam dom Pedro a romper definitivamente com Portugal, a alternativa que restava no momento era proclamar a independência.
Nesse contexto, Dom Pedro, irritado com as ordens de Lisboa, decide finalmente proclamar a Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1822, no mesmo local aonde recebeu as cartas. Segundo a historiografia oficial, as margens do Ipiranga, o príncipe regente levantou sua espada e gritou “Independência Ou Morte”, libertando-nos do domínio de Portugal. No mês de dezembro, D. Pedro foi declarado Imperador.
Após esse fato, a independência se consolidou com relativa rapidez, com apoio econômico e diplomático da Inglaterra, enviando mercenários ingleses a favor de Dom Pedro nas lutas, que duraram até novembro de 1823. Daí nascia à nação que conhecemos como Brasil.
Depois de consolidada, o Brasil buscou reconhecimento de sua independência a outras nações. As primeiras a reconhecerem foram à Argentina, México e Estados Unidos, depois Inglaterra e por último Portugal, no dia 29 de agosto de 1825.
Ao contrário de que muitos historiadores pensam, a independência não teve a repercussão na data que ela ocorreu. Segundo Salles Oliveira (2005, p. 13), “Tampouco o dia 07 de setembro foi interpretado naquela ocasião como divisor de águas do processo histórico em curso”.
Já a situação social tampouco mudou com o 7 de setembro, a escravidão não foi abolida, quem era pobre continuou pobre e as desigualdades sociais proliferavam em todos cantos . Muitos cronistas estrangeiros que viajam pelo Brasil na época relataram com crueza essa realidade. Segundo Saint-Hilaire (1974, p. 94), “o povo nada ganhou absolutamente com a mudança operada. A maioria dos franceses lucrou com a Revolução que suprimiu privilégios e direitos auferidos por uma casta favorecida. Aqui, lei alguma consagrava a desigualdade, todos os abusos eram resultado do interesse e dos caprichos dos poderosos e dos funcionários. Mas são estes homens, que no Brasil, foram os cabeças da revolução”.
Até 1860, a data 07 de setembro não significava nada para o Império, nem o próprio dom Pedro I fazia menção a esse acontecimento em cartas que escreveu ao pai e ao povo paulista, praticamente no mesmo período. Durante o reinado de Dom Pedro II, essa data foi reconhecida, tornando-se feriado nacional, foram realizados desfiles cívicos para comemorar a data e também feitos monumentos no local aonde tudo aconteceu, onde hoje se encontra o Museu do Ipiranga, inaugurado em 1895, quando o Brasil já era um país republicano.
Com a inauguração do museu, o público brasileiro pode ver a famosa tela de Pedro Américo, “Independência Ou Morte”, o qual retratava a famosa cena do Grito da Independência, nas margens do riacho Ipiranga.
Inspirado nos relatos de pessoas que presenciaram o acontecimento, inclusive na crônica de Padre Belchior Pinheiro Ferreira e nos relatos do Tenente Canto e Mello e do Coronel Marcondes, integrantes da comitiva de Dom Pedro na época, criou uma obra, segundo Salles Oliveira (2005, p.59), “de fácil e prazerosa leitura, a narrativa de Pedro Américo instiga a reflexão não só em termos da interpretação sobre a Independência que expôs como em termos das práticas de investigação adotadas para realizara transposição da ‘verdade’ e de situações verossímeis, contidas nos registros escritos e orais que compilou, em imagens capaz de aprisionar o olhar e sensibilidade do espectador”.
Já em 1972, o diretor Carlos Coimbra realiza um filme épico chamado “Independência Ou Morte”, é uma das produções cinematográficas mais caras feitas no Brasil, perdendo apenas para “Olga”. Com um elenco cheio de astros da televisão como Tarcísio Meira e Glória Menezes, figurino caro e uma maravilhosa mistura de aventura com História forma os ingredientes para ser um sucesso de bilheteria na época. Esse filme tem como fonte de inspiração a historiografia oficial e em telas de grandes artistas brasileiros como Pedro Américo, em especial na cena em que retrata o momento da independência. Mesmo com todo aquele discurso ufanista do regime militar, merece ser assistido e analisado.
O tema emancipação também já foi retratado em diversas novelas e seriados na televisão brasileira, algumas vezes com destaque, outras como pano de fundo. Um dos exemplos mais claros foi a minissérie “O Quinto Dos Infernos”, dirigida por Carlos Lombardi e exibida em 2002 pela Rede Globo. Retratou os bastidores da Independência de maneira cômica, com muita aventura e doses de erotismo, causando muitas polêmicas em vários setores, inclusive aos historiadores, mesmo assim foi um sucesso de audiência na época que foi exibida.
Os desfiles cívicos, muito tradicionais nessa época, ganham destaque na televisão e nos jornais em todo Brasil. Ultimamente, muitas entidades, em especial as da educação, vivem uma crise de identidade patriótica, e muitas das pessoas recusam-se a desfilar, inclusive as crianças e jovens, achando que é “coisa pra velho” ou simplesmente “não é mais tempo de ditadura militar”.
Mesmo assim, a Independência foi um fato que marcou profundamente, mesmo que seja tardiamente, a formação de nosso país como vemos hoje, ou em outras palavras, nossa identidade nacional.
Controvérsias e ufanismos à parte, a emancipação do Brasil foi um fato importante na história imperial, com a Independência deixamos de ser meramente uma colônia para sermos uma nação. A memória às vezes de nós brasileiros é curta, mas cabe a ela conscientizar nossos alunos a terem amor a pátria e não sejam vítimas de idéias alienantes. Conforme Le Goff (1996, p. 447), “a memória, onde cresce a história, que por sua vez alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens”.
Como podemos perceber ao fazer este estudo, o Brasil demorou um pouco para perceber o significado daquele dia 7 de setembro de 1822, e até hoje ainda existem pessoas que não compreendem essa data. Acreditam ser mais um feriado como qualquer outro, aonde acontece festas, desfiles cívicos e se canta hinos em praticamente todas as cidades do país e consideram uma tremenda “perca de tempo” assistir ou participar.
Mas é importante que nós jovens devamos compreender que essa data não é somente um “feriado qualquer”, que serve apenas para descansar e passear, mas para refletirmos sobre nosso país, como ele nasceu e cresceu no decorrer da História, criando um sentimento patriótico. Sabemos que existem diversas invenções mentirosas embutidas na Independência, mas devemos aproveitar disso para aprendermos muitas coisas, pois verdades e mentiras estão sempre no meio na História da Humanidade.
Aprendemos ao longo dessa pesquisa a valorizar a história nacional, a discutir criticamente o verdadeiro sentido dos fatos, conhecemos um pouco mais sobre o processo de Independência do Brasil, e também aprendemos a amar cada vez mais nosso país, enfim, os objetivos que planejamos desde o início, acabaram sendo satisfatoriamente alcançados.
Gostaríamos de sugerir aos estudantes e pesquisadores que façam mais estudos e pesquisas aprofundadas e interdisciplinares sobre esse assunto. Também, a novas gerações, tão acostumadas com tantas novidades tecnológicas, que aprendam a valorizar a identidade de nosso país e que despertem o gosto pela História do Brasil, pois ela não pertence somente aos grandes imperadores, militares, burgueses, poetas ou sonhadores, mas sim a todas as pessoas que compõem o povo brasileiro, ou seja, nós.
REFERÊNCIAS:
SALLES OLIVEIRA, Cecília Helena de . 7 de setembro de 1822: A Independência do Brasil. 1. ed. São Paulo: Editora Lazuli, 2005.
PEREIRA, Andrio Cardoso . A independência do Brasil. Extremo Sul Notícias, Santa Rosa do Sul, n° 32, pg. 3, set. 2008.
INDEPENDÊNCIA OU MORTE. Direção: Carlos Coimbra (dir). Brasil: Vídeo Arte, 1972. 1 filme (108 min.), son., col.
ALMEIDA DA SILVA, Arlenice. As Guerras da Independencia. 1 ed. São Paulo: Editora Ática, 1995.
GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. São Paulo: Editora da Unicamp, 1996.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo (1822). Belo Horizonte/São Paulo, Itatiaia/Edusp, 1974.
Grande jornalista brasileiro,
Gilberto Dimenstein é conhecido por fazer reportagens com tons educativas e por
transportar a realidade para romances como no caso de O Cidadão de Papel, tornando em um clássico da literatura juvenil.
Ivan Jaf é roteirista e escritor, autor de clássicos como O Vampiro que Descobriu o Brasil, beijo na Boca e tantos outros.
Eduardo Ferigato é cartunista, desenhista e ilustrador conhecido no Brasil
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Publicado em 2011, O Cidadão Invisível une essas três
grandes feras da cultura brasileira, no intuito de fazer uma adaptação do livro
O Cidadão de Papel de Gilberto
Dimenstein para o formato das histórias em quadrinhos, criando assim uma nova
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Paulo dos dias de hoje, o livro narra a jornada de um jovem morador de rua que
busca visibilidade, acaba sendo tentado pelo mundo do crime, porém com o
encontro de uma travesti, um mendigo bondoso e de uma jovem de classe média
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livro que dispara uma crítica social as autoridades competentes, denunciando o
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cinema brasileiro da década de 1980 dirigido pelo saudoso Hector Babenco, porém
com um fim mais feliz e positivo do que o clássico oitentista, é uma obra
recomendada a todos, especialmente ao público jovem, mostrando que mesmo na
pior da situações, ainda há esperança de uma vida digna e fora do crime.