quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A MÚSICA E A HISTÓRIA: AVE SONORA- JOÃO CHAGAS LEITE


Olá caros leitores, tudo bem com vocês?

Grande nome da música tradicionalista gaúcha, João Chagas Leite tem uma das vozes mais lindas e emotivas dos artistas do sul brasileiro, trazendo em seu repertório músicas que falam de amor, vida do campo, da História e da mescla cultural vivida na fronteira entre Rio Grande do Sul e o Uruguai, sendo que João Chagas é natural de Uruguaiana.
Lançada no final dos anos 80, Ave Sonora faz parte do álbum de mesmo nome, é uma canção belíssima, poética, que faz alusão ao fim da repressão promovida pela Ditadura Militar, a volta dos direitos democráticos e a uma nova era que iniciava na época em que foi lançada, usando como metáfora um pássaro e uma jovem moça, sendo que a ave simboliza o povo e a moça a própria liberdade, abaixo está um vídeo com a música, prestem muita atenção nessa linda canção:


Grande abraço, até a próxima! 

10 comentários:

  1. Estou aqui num churras com meu pai, em Londrina - PR, somos gaúchos e estávamos agora mesmo escutando essa música. Há pouco, meu pai questionou-me se eu entendia o sentido da letra, pois ele achava que esta era relacionada ao período do Regime Militar. Vim pesquisar sobre no google e deparei-me com teu artigo, bastante esclarecedor. Interessante o entrelaçamento música-história, principalmente quando se trata das nossas músicas nativistas! Sucesso para teu blog. Ariany.

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  2. Boa tarde, eu ouvi falar que esta música se refere ao grande poeta gaúcho Mario Quintana, que não conseguiu tornar-se um imortal da ABL, sendo que fez o "Poeminha do contra", o qual diz
    "Todos esses que aí estão
    Atravancando meu caminho,
    Eles passarão... Eu passarinho!"
    Não sei se é verdade, mas pelo que diz a música, talvez tenha algum fundo de verdade. No mais, um grande abraço ao amigo!

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    1. Sim, a parte que trata da academia e só mania.....

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    2. E verdade! Gilvan Retamoso Palma é o autor desse poema. Ele foi meu esposo e faleceu em 2003.

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    3. Sim, está letra e de autoria de Gilvan Retamoso Palma, em homenagem ao poeta Mário Quintana, pelo fato de ser um grande poeta e nunca ter ido para a a academia brasileira de Letras, ao passo que o politico do Maranhão, Sarnei, sem expressão poética alguma, fazia parte da tal academia. Eu sou irmai dele e acompanhei toda esta história.

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    4. Verdade Cláudio, eu aprendi exatamente, como você descreveu

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  3. Olá!
    Parabéns pelo texto! Que bom que temos pessoas que ainda se importam em divulgar e manter viva a cultura e a história do nosso estado e dos nossos artistas!
    Muito linda essa música que, por sinal, faz um pouco de sentido com a atual situação política que vivemos no país!

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  4. Olá, sou filha do compositor da música e posso confirmar que Cláudio está certo, a letra é uma homenagem ao Mário Quintana e se refere ao fato de ele nunca ter entrado na Academia de letras apesar de suas grandiosas obras! Um abraço

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  5. A Califórnia da Canção Nativa ocorre no Rio Grande do Sul desde 1971, considerada patrimônio cultural do Estado, sendo modelo de divulgação da música regional gaúcha. Conforme o grau de vitórias, 3 consecutivas ou 5 alternadas, é concebido o prêmio máximo a Calhandra de Ouro.
    A Calhandra é um pássaro de canto raro, que pode ser encontrada nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
    João Chagas Leite mora em Uruguaiana-RS, de origem humilde, tem um defeito congênito (braço mirrado), sem estudos relativos a música, mas com um dom maravilhoso, extraordinário para tocar e cantar, sofreu certo preconceito tendo em vista que o evento (Califórnia da Canção) se tornara de grande visibilidade e prestígio para músicos, atraindo cada vez mais músicos renomados e apenas a participação no evento se já era de grande importância. Também foram incluídas regras na Califórnia, que dificultavam a participação de muitos músicos, foi o caso de Dante Ramon Ledesma, que tinha sotaque castelhano e o evento não permitia outras línguas.
    Escreveu Ave Sonora, comparando com a Calhandra (pássaro), solicitando que a Calhandra (ave símbolo da Califórnia) fosse embora com ele, pois não merecia ficar no evento, como se eles (João Chagas Leite e Calhandra) estivessem errados no evento, pois sabiam cantar, e que Universidades ou Faculdades era só para quem tinha dinheiro.
    “Ave sonora vamos embora
    Ave não chora pois se agora somos só dois
    Vai ver depois seremos mil
    Ave sonora vamos embora Que academia é só mania de quem tem plata”
    Ave sonora vá lá agora
    Que a liberdade será verdade se tu quiser
    Ave sonora vamos embora
    Que a gaiola da nossa viola abriu cancelas
    Ave sonora saiba que agora
    Não a bodoque que nos coloque com quatro velas

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  6. A Califórnia da Canção Nativa ocorre no Rio Grande do Sul desde 1971, considerada patrimônio cultural do Estado, sendo modelo de divulgação da música regional gaúcha. Conforme o grau de vitórias, 3 consecutivas ou 5 alternadas, é concebido o prêmio máximo a Calhandra de Ouro.
    A Calhandra é um pássaro de canto raro, que pode ser encontrada nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
    João Chagas Leite mora em Uruguaiana-RS, de origem humilde, tem um defeito congênito (braço mirrado), sem estudos relativos a música, mas com um dom maravilhoso, extraordinário para tocar e cantar, sofreu certo preconceito tendo em vista que o evento (Califórnia da Canção) se tornara de grande visibilidade e prestígio para músicos, atraindo cada vez mais músicos renomados e apenas a participação no evento se já era de grande importância. Também foram incluídas regras na Califórnia, que dificultavam a participação de muitos músicos, foi o caso de Dante Ramon Ledesma, que tinha sotaque castelhano e o evento não permitia outras línguas.
    Escreveu Ave Sonora, comparando com a Calhandra (pássaro), solicitando que a Calhandra (ave símbolo da Califórnia) fosse embora com ele, pois não merecia ficar no evento, como se eles (João Chagas Leite e Calhandra) estivessem errados no evento, pois sabiam cantar, e que Universidades ou Faculdades era só para quem tinha dinheiro.
    “Ave sonora vamos embora
    Ave não chora pois se agora somos só dois
    Vai ver depois seremos mil
    Ave sonora vamos embora Que academia é só mania de quem tem plata”
    Ave sonora vá lá agora
    Que a liberdade será verdade se tu quiser
    Ave sonora vamos embora
    Que a gaiola da nossa viola abriu cancelas
    Ave sonora saiba que agora
    Não a bodoque que nos coloque com quatro velas

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