Naveguei por mares desconhecidos com meus conterrâneos,
Participei de diversas descobertas do ilustre império lusitano,
Ajudei a levar a fé cristã aos povos pagãos,
Lutei com bravura contras os inimigos do El-Rei D. Manuel.
Minha última viagem, cheguei ao Brasil, eu estava na esquadra de Pedro Alvares Cabral,
Lugar paradisíaco, cercado de uma densa mata, belas praias e animais selvagens,
Encontramos milhares de índios, o qual tivemos nosso primeiro contato com os nativos,
Dias depois foi rezado uma missa e a esquadra partiu para Portugal.
Acabei ficando em terras brasileiras junto com alguns conterrâneos,
Percebi a imensa quantidade de arvores de pau-brasil que aqui existia,
Aprendi a língua dos nativos e a respeitar a cultura deles,
Estava me sentindo no próprio Paraíso.
Tempos depois, navios portugueses aportaram novamente no Brasil,
Dessa vez, vieram tomar posse dessas terras em nome do rei,
Explorando de forma gananciosa os recursos naturais,
Especialmente o pau-brasil, antes que outros países fizessem.
Comprando os nativos com objetos desconhecidos,
Ou usando da própria violência,
Começaram a usar os índios como escravo,
Iniciando assim a explorá-los sem piedade.
Além de tudo isso, traziam doenças desconhecidos aos nativos,
As quais matavam aos milhares num curto período de tempo,
Além é claro da violenta escravidão que eram submetidos.
Acabei optando em lutar a favor dos índios,
A aldeia onde eu morava foi incendiada,
Houve um horrível massacre,
Todos aqueles que eu amava, acabaram morrendo.
Consegui escapar, mas paguei um preço muito alto,
Pouco tempo depois, fui preso, torturado, acusado de traição e morto,
Não me arrependo do que fiz pelos meus irmãos índios,
Como cristão, sinto-me feliz.
As terras que ajudei a descobrir, hoje é um país chamado BRASIL,
Mas o dinheiro e o poder continuam a explorar,
Fazendo ainda muitas pessoas inocentes sofrer.
Tanto tempo se passou de 1500 até os dias de hoje,
A situação continua deplorável, mas sou um eterno otimista,
Um dia veremos a justiça, paz e alegria reinar no Brasil.
Autor: Andrio Cardoso Pereira
OBS: Assim como personagem principal, esse poema épico é fictício, é apenas uma ilustração de como era a relação índios e portugueses no inicio da colonização do Brasil, trazendo elementos históricos reais. Esse poema foi escrito em 2008, durante a viagem que fiz a cidade Paranaguá, no Paraná junto com meus colegas de faculdade.
Um grande abraço, BOM FIM DE SEMANA, até a próxima!