quarta-feira, 26 de agosto de 2015

CINE HISTÓRIA: NETO PERDE SUA ALMA (2001)





FICHA TÉCNICA

Título Original: Neto Perde Sua Alma
Duração: 102 min.
Ano: 2001
Diretor: Beto Sousa/ Tabajara Ruas
País: Brasil
Idiomas disponíveis e legendas: Português e Espanhol
Gênero: Aventura/ Épico/ Ação/ Guerra/Drama
Temática: Revolução Farroupilha, Guerra do Paraguai

SINOPSE (Fonte: Adoro Cinema)

 Antônio de Souza Netto é um general brasileiro que é ferido em plena Guerra do Paraguai e agora está se recuperando no Hospital Militar de Corrientes, na Argentina. Lá ele percebe que coisas estranhas estão ocorrendo ao seu redor, como o capitão de Los Santos acusar o cirurgião de ter amputado suas pernas sem necessidade e reencontrar um antigo camarada, o sargento Caldeira, ex-escravo com quem lutou na Guerra dos Farrapos, ocorrida algumas décadas antes. Juntamente com Caldeira, Netto rememora suas participações na guerra e ainda o encontro com Milonga, jovem escravo que se alistara no Corpo de Lanceiros Negros, além do período em que viveu no exílio no Uruguai.

COMENTÁRIO


   Filme muito conhecido especialmente no Rio Grande do Sul, foi inspirado na obra de mesmo nome escrita por Tabajara Ruas, diretor também dessa película, contando a estória de um dos heróis mais conhecidos do sul do Brasil, o general Antônio de Souza Netto, que lutou na Revolução Farroupilha e na Guerra do Paraguai respectivamente.
 Sendo um filme rodado por pessoas que conhecem a História do Rio Grande do Sul profundamente, os diretores realizam um filme de visual arrebatador, recheado de aventura e exploram com muito realismo e sensibilidade a mitologia guerreira do sul brasileiro, aproveitando ao máximo a atuação impecável de Werner Schünemann como general Netto.
 A questão do orgulho de ser gaúcho e lutar pela liberdade é tema central desse épico, dando para notar nos monólogos que Netto realiza durante o filme todo, inclusive nas sequências que retratam a Revolução Farroupilha, aonde ele fala do orgulho de estar lutando por aquela causa e não se importando se censurariam ele por esse motivo. 
 As cenas de batalhas, tanto na Revolução farroupilha como na Guerra do Paraguai são no mínimo impressionantes, com direito a muita explosões e tiros, bem ao estilo do cinema épico hollywoodiano e europeu, que inspiraram anos depois a minissérie televisa A Casa das Sete Mulheres, que retrata a Revolução Farroupilha de forma aventuresca e romântica, levando inclusive alguns atores desse filme no elenco, inclusive Werner Schünemann.
 A Guerra do Paraguai no filme é retratado como um conflito sem ideal algum, feito apenas pelo Império para tentar demonstrar seu poder no continente, usando da violência sem medidas, deixando os combatentes a merce dos perigos e em hospitais de campanha sujos, infestados de doenças e médicos sem escrúpulos. 
 A  questão dos escravos é apresentada de forma comovente e respeitosa, mostrando os sonhos e decepções dos afro-descendentes numa época aonde a única saída para a liberdade seria lutando com os brancos nas guerras, mas acabam sendo traídos pela ganância dos poderosos.
 Pegando um pouco da mitologia do sul brasileiro e misturando um pouco de elementos greco-romanos e cristãos, o filme tem um tom místico bastante especial, que lembra as antigas epopeias feitas na antiguidade e Idade Média escritas por escritores como Dante Alighieri, Camões e Homero, aonde o real e o fantástico se entrelaçam perfeitamente.
 Grande sucesso do cinema brasileiro, sendo o grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado, essa obra épica ganhou recentemente uma continuação chamada Netto e o Domador de Cavalos, aonde conta a origem da famosa lenda do Negrinho do Pastoreio, novamente com Werner Schünemann no papel principal.
 Temática pouco explorada no cinema brasileiro, o heroísmo dos habitantes do sul brasileiro é algo tão extraordinário e exemplar, que muitas vezes é ocultada ou satirizada de forma preconceituosa pela mídia de outros estados. Tá na hora da mídia parar desses regionalismos e mostrar tudo o que o Brasil tem de bom e bonito de norte a sul, apresentando coisas que sejam de "modelo a toda terra", vindo de encontro ao Hino do Rio Grande do Sul.




Um grande abraço, BOM FILME, até a próxima.

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