segunda-feira, 9 de novembro de 2015

CINE HISTÓRIA: DOUTOR JIVAGO (1965)








FICHA TÉCNICA

Título Original Doctor Zhivago
Duração: 201 min.
Ano: 1965
Diretor: David Lean 
País: Estados Unidos
Idiomas disponíveis e legendas: Inglês e Português
Gênero: Aventura/ Épico/ Ação/ Guerra/Drama
Temática: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa

SINOPSE (Fonte: Adoro Cinema)

 O filme conta sobre os anos que antecederam, durante e após a Revolução Russa pela ótica de Yuri Zhivago (Omar Sharif), um médico e poeta. Yuri fica órfão ainda criança e vai para Moscou, onde é criado. Já adulto se casa com a aristocrática Tonya (Geraldine Chaplin), mas tem um envolvimento com Lara (Julie Christie), uma enfermeira que se torna a grande paixão da sua vida. Lara antes da revolução tinha sido estuprada por Victor Komarovsky (Rod Steiger), um político sem escrúpulos que já tinha se envolvido com a mãe de Lara, e se casou com Pasha Strelnikoff (Tom Courtenay), que se torna um vingativo revolucionário. A história é narrada em flashback por Yevgraf de Zhivago (Alec Guinness) , o meio-irmão de Yuri que procura a sua sobrinha, que seria filha de Jivago com Lara. Enquanto Strelnikoff representa o "mal", Yevgraf representa o "bom" elemento da Revolução Bolchevique.

COMENTÁRIO


Prodigioso clássico inspirado na obra de Boris Pasternak e com a direção impecável de David Lean, mostra um retrato sócio-político da Rússia antes e depois da Revolução de 1917, com um enredo afiado, misturando o épico político com o dramático e romântico, apoiado por uma fotografia arrebatadora, trilha sonora emocionante conduzida e feita por Maurice Jarre, além de um elenco internacional encabeçado por Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin (filha de Charles Chaplin), Alec Guinness, Rod Steiger e Klaus Kinski.
Sendo realizado após o estrondoso Lawrence da Arábia, outra-prima de Lean, esse filme também foi um tremendo sucesso, apesar da temática do filme ser vista com olhares de desconfiança, pois na época em que foi lançado o mundo vivia a Guerra Fria, conflito bipolar entre o bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos e o bloco socialista liderada pela extinta União Soviética (Rússia). Doutor Jivago (ou Zhivago) é um dos primeiros filmes feitos fora da Rússia a tratar da Revolução Bolchevique.
Além do livro de Boris Pasternak, o filme deve um tributo muito especial ao cineasta russo Sergei Eisenstein, criador de épicos sobre a Revolução Russa como O Encouraçado Potenkim Outubro, assim como David Lean, usava de imagens poderosas e apresenta os dois lados do mesmo fato, na época que o cinema ainda era mudo e sem cores.
Ao representar o lado bom e ruim da revolução, através de personagens emblemáticos, como Yevgraf e Strelnikoff, David Lean nos mostra nesse filme que a História das Revoluções não é assim um mar de rosas como aparece nos livros, mas que também há sofrimento, perseguições e pessoas que não querem se envolver com política, tentam viver suas vidas normalmente, como se nada tivesse acontecido, como no caso de Yuri Jivago e sua família.
Além da Revolução Russa, os horrores da Primeira Guerra Mundial são retratadas nesse filme, nos apresentando as terríveis trincheiras, a desilusão dos combatentes, a tristeza da enfermaria de guerra e a conspiração que deu origem a derrota russa na guerra, dando início o processo revolucionário, gerando cenas grandiosos, bem ao gosto de David Lean.
Produção vencedora de 5 Oscars, Doutor Jivago lembra em muitos aspectos o clássico E O Vento Levou (1939), dirigido por Victor Fleming, tanto pela presença de uma estória de amor em meio a um período histórico conturbado, pela estrutura épica, cheia de grandes sequencias grandiosas, porém uma se trata da Guerra Cívil Americana e outra da Revolução Russa, e também pela estrutura de espetáculo tendo abertura, intervalo, entrada e encerramento, como é de praxe em todos filmes épicos antigos, apresentando trechos da trilha sonora do filme, coisa que faz falta no cinema atualmente.
 Outras questões que esse filme trazem a tona é quanto vale a liberdade, tanto a individual como a coletiva das pessoas; se vale a pena ou não lutar por um grande amor, mesmo em tempos turbulentos; qual a diferença de uma revolução realmente feita para o povo de vingança pessoal; e a arte como forma de expressar o pensamento e de causar reflexão sobre os problemas político-sociais.
Doutor Jivago inspirou posteriormente diversos filmes sobre a Revolução Russa, como no caso de Reds (1981) de Warren Beatty, que trata a vida do jornalista e escritor John Reed, especialmente durante a Revolução Russa, escritor do livro Os Dez Dias que Abalaram o mundo, sendo outro grandioso sucesso do cinema, recriando algumas cenas e figurinos muito semelhantes. Sem dúvida nenhuma é um dos filmes mais belos da História do cinema, um clássico para se ter em casa e assistir inúmeras vezes, merecendo o clichê de "vale a pena ver de novo".

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GRANDE ABRAÇO, BOA SESSÃO, ATÉ A PRÓXIMA!

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