Olá caros leitores, tudo bem com vocês?
O texto a seguir faz parte do artigo Praça Frei Simonetto: Estudo de Caso Sobre um Patrimônio de Santa Rosa do Sul, escrito por mim em 2015, o qual fala sobre a importância religiosa, cultural e histórica da praça da igreja para o munícipio de Santa Rosa do Sul, apresentando pequenos fatos relevantes para a patriamonialização desse espaço.
Grande abraço, BOA SEMANA, até a próxima!
A IMPORTÂNCIA DA PRAÇA FREI RAIMUNDO SIMONETTO PARA A PRESERVAÇÃO
DA CULTURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA DE SANTA ROSA DO SUL
Havendo poucas fontes disponíveis que
falem sobre a praça, sabemos o quanto esse espaço tem importância para Santa
Rosa do Sul, tanto no sentido histórico como cultural, é sempre citado pelos
moradores mais antigos, tanto de forma direta ou indireta, a sensação de
nostalgia é forte e constante, mas também de indignação, devido a juventude não
frequentar esse espaço com tanta frequência, como era no passado, chegando o
centro a ficar vazio, silencioso, sem vida, sendo raras as vezes que tem alguém
por lá, com exceção dos horários de missa, quando é possível ver uma grande
concentração de pessoas na praça.
Mesmo tendo essa visão bastante crítica em relação o atual estado
da praça, a grande maioria dos moradores considera aquele espaço importante e
quer ver aquele espaço ser mais frequentado, que seja feitas mais atividades
culturais além daquelas que foram citadas acima e que a praça ganhem uma nova
revitalização, facilitando ainda mais o acesso dos frequentadores.
Além da questão de entretenimento e de acessibilidade, outro fator
importante e perceptível entre os sul santarosenses em relação a praça é a
memória, todo mundo tem algum estória para contar que aconteceu nesse espaço,
do mais idoso até o mais jovem, seja as antigas festas, eventos culturais
atuais, começo de um namoro, fatos históricos, momentos de lazer com os amigos
ou de tragédias, como foi o caso do Furacão Catarina, que devastou a cidade no
dia 28 de março de 2004, causando enorme
destruição na praça, derrubando arvores, postes de energia, destelhando a
igreja e casas ao redor, uma cena extremamente chocante e que ficou marcado na
memória coletiva de Santa Rosa do Sul.
Conforme o pensamento de Le Goff
(1996, p. 447), “a memória, onde cresce a história, que por sua vez alimenta,
procura salvar o passado para servir o presente e o futuro”, não
podemos separar um dos outro, vivem juntas, sendo fundamental para compreendermos
os processos históricos e culturais de nossa época e do lugar onde vivemos mais
especificamente do caso desse estudo.
Outra questão bastante presente, porém de forma indireta, é a
questão patrimonial, visto que o sul santarosenses consideram patrimônio, além
do meio ambiente e da igreja, a Praça Frei Raimundo Simonetto é considerado um
bem que precisa ser preservado, pois nas proximidades foi construída a primeira
igreja, viveram os primeiros moradores, onde teve os centros comerciais mais
antigos, enfim, toda uma questão histórica e cultural de ligação entre o espaço
e os moradores, por isso merece ser patrimonializado, representa a identidade
do povo de Santa Rosa do Sul.
Patrimônio é uma palavra de origem
latina patrimonium (patri= pai + monium= recebido), significa
herança, é usada em diversas áreas do conhecimento, como o Direito e
Contabilidade, mas principalmente a História e Cultura usam o muito o termo,
pode ser entendido como conjunto de bens considerados de interesse relevante
para a cultura de um povo e possua valor significante a uma coletividade
(estado, país, região ou munícipio), sendo necessárias ações sócio-educativas e
culturais, chamadas de Educação Patrimonial e Cultural, que envolvam
todas as pessoas que vive no determinado local onde se pretende realizar essas
intervenções, o qual tem que ser permanente e exercitada diariamente, sendo a
Praça Frei Raimundo um exemplo típico de patrimônio existente em Santa Rosa do
Sul.
Revendo essas
estórias e todas essas manifestações culturais presentes na praça, podemos
perceber que ela é um patrimônio cultural,
conforme o pensamento de Vogt (2008) e um lugar
de memória, conforme Nora (1993), pois representa toda a identidade, a
História do munícipio de Santa Rosa do Sul, tendo um valor simbólico imenso,
tanto no sentido histórico como religioso, portanto um lugar para ser
preservado não somente no sentido físico, mas também na questão
historiográfica, e cabe todo o sul santarosense cuidar desse bem que sempre
trouxe alegrias, boas lembranças a todos e também momentos de lazer, pois como
dizia o poeta Castro Alves, a praça é do povo, como o céu é do condor.
REFERÊNCIAS
LE GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. São
Paulo, SP: Editora da Unicamp, 1996.
NORA, Pierre. Entre história e memória: A problemática dos lugares. Revista Projeto
História, São Paulo, SP, nº 10, pgs. 07-28, dezembro de 1993.
VOGT, Olgário. Patrimônio cultural: um conceito em
construção.Caxias do Sul, RS: Universidade de Caxias do SulIn: MÉTIS:
história & cultura – v. 7, n. 13, p. 13-31, jan./jun, 2008.
Disponível em: http://ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/viewFile/687/498
Acesso em 02 de agosto de 2015.
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