sexta-feira, 28 de outubro de 2016

SRS ESPECIAL: A IMPORTÂNCIA DA PRAÇA FREI RAIMUNDO SIMONETTO PARA A PRESERVAÇÃO DA CULTURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA DE SANTA ROSA DO SUL


Olá caros leitores, tudo bem com vocês?

 O texto a seguir faz parte do artigo Praça Frei Simonetto: Estudo de Caso Sobre um Patrimônio de Santa Rosa do Sul, escrito por mim em 2015, o qual fala sobre a importância religiosa, cultural e histórica da praça da igreja para o munícipio de Santa Rosa do Sul, apresentando pequenos fatos relevantes para a patriamonialização desse espaço.

Grande abraço, BOA SEMANA, até a próxima!  




A IMPORTÂNCIA DA PRAÇA FREI RAIMUNDO SIMONETTO PARA A PRESERVAÇÃO DA CULTURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA DE SANTA ROSA DO SUL

Havendo poucas fontes disponíveis que falem sobre a praça, sabemos o quanto esse espaço tem importância para Santa Rosa do Sul, tanto no sentido histórico como cultural, é sempre citado pelos moradores mais antigos, tanto de forma direta ou indireta, a sensação de nostalgia é forte e constante, mas também de indignação, devido a juventude não frequentar esse espaço com tanta frequência, como era no passado, chegando o centro a ficar vazio, silencioso, sem vida, sendo raras as vezes que tem alguém por lá, com exceção dos horários de missa, quando é possível ver uma grande concentração de pessoas na praça.
Mesmo tendo essa visão bastante crítica em relação o atual estado da praça, a grande maioria dos moradores considera aquele espaço importante e quer ver aquele espaço ser mais frequentado, que seja feitas mais atividades culturais além daquelas que foram citadas acima e que a praça ganhem uma nova revitalização, facilitando ainda mais o acesso dos frequentadores.
Além da questão de entretenimento e de acessibilidade, outro fator importante e perceptível entre os sul santarosenses em relação a praça é a memória, todo mundo tem algum estória para contar que aconteceu nesse espaço, do mais idoso até o mais jovem, seja as antigas festas, eventos culturais atuais, começo de um namoro, fatos históricos, momentos de lazer com os amigos ou de tragédias, como foi o caso do Furacão Catarina, que devastou a cidade no dia 28 de março de 2004,  causando enorme destruição na praça, derrubando arvores, postes de energia, destelhando a igreja e casas ao redor, uma cena extremamente chocante e que ficou marcado na memória coletiva de Santa Rosa do Sul.
Conforme o pensamento de Le Goff (1996, p. 447), “a memória, onde cresce a história, que por sua vez alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro”, não podemos separar um dos outro, vivem juntas, sendo fundamental para compreendermos os processos históricos e culturais de nossa época e do lugar onde vivemos mais especificamente do caso desse estudo.
Outra questão bastante presente, porém de forma indireta, é a questão patrimonial, visto que o sul santarosenses consideram patrimônio, além do meio ambiente e da igreja, a Praça Frei Raimundo Simonetto é considerado um bem que precisa ser preservado, pois nas proximidades foi construída a primeira igreja, viveram os primeiros moradores, onde teve os centros comerciais mais antigos, enfim, toda uma questão histórica e cultural de ligação entre o espaço e os moradores, por isso merece ser patrimonializado, representa a identidade do povo de Santa Rosa do Sul.
Patrimônio é uma palavra de origem latina patrimonium (patri= pai + monium= recebido), significa herança, é usada em diversas áreas do conhecimento, como o Direito e Contabilidade, mas principalmente a História e Cultura usam o muito o termo, pode ser entendido como conjunto de bens considerados de interesse relevante para a cultura de um povo e possua valor significante a uma coletividade (estado, país, região ou munícipio), sendo necessárias ações sócio-educativas e culturais, chamadas de Educação Patrimonial e Cultural, que envolvam todas as pessoas que vive no determinado local onde se pretende realizar essas intervenções, o qual tem que ser permanente e exercitada diariamente, sendo a Praça Frei Raimundo um exemplo típico de patrimônio existente em Santa Rosa do Sul.
Revendo essas estórias e todas essas manifestações culturais presentes na praça, podemos perceber que ela é um patrimônio cultural, conforme o pensamento de Vogt (2008) e um lugar de memória, conforme Nora (1993), pois representa toda a identidade, a História do munícipio de Santa Rosa do Sul, tendo um valor simbólico imenso, tanto no sentido histórico como religioso, portanto um lugar para ser preservado não somente no sentido físico, mas também na questão historiográfica, e cabe todo o sul santarosense cuidar desse bem que sempre trouxe alegrias, boas lembranças a todos e também momentos de lazer, pois como dizia o poeta Castro Alves, a praça é do povo, como o céu é do condor.

REFERÊNCIAS 

LE GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. São Paulo, SP: Editora da Unicamp, 1996.

NORA, Pierre. Entre história e memória: A problemática dos lugares. Revista Projeto História, São Paulo, SP, nº 10, pgs. 07-28, dezembro de 1993.

VOGT, Olgário. Patrimônio cultural: um conceito em construção.Caxias do Sul, RS: Universidade de Caxias do SulIn: MÉTIS: história & cultura – v. 7, n. 13, p. 13-31, jan./jun, 2008. Disponível em: http://ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/viewFile/687/498 Acesso em 02 de agosto de 2015.

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