terça-feira, 14 de novembro de 2017

VII POLVILHANA ESPECIAL: ORIGEM HISTÓRICA DA FESTA (ARTIGO)



Olá caros leitores, tudo bem com vocês?

 Enfim chegou o dia da abertura da sétima edição da Polvilhana, antes de nos encontrarmos no Parque Municipal de Eventos para fazer uma cobertura bastante especial, o blog resolveu colocar um artigo  de minha autoria que fala sobre a origem da festa e a importância dela para a cultura de Santa Rosa do Sul, no intuito de entrarmos no clima, espero que gostem, amanhã estarei ás 11 horas da manhã falando a respeito desse trabalho, NÃO PERCAM.

Forte abraço, BOAS FESTAS, até o próximo informativo!   


A FESTA DO POLVILHO E DA BANANA- “POLVILHANA”: PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL DO MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DO SUL-SC (2005-2014)

Andrio Cardoso Pereira[1]
Lúcio Vânio Moraes[2]

Resumo:O presente artigo representa um estudo sobre as seis edições da festado polvilho e da banana, conhecida como “Polvilhana”, evento que acontece a cada dois anos no município de Santa Rosa do Sul, situado no sul de Santa Catarina. Apresentamos pequena parte da história de Santa Rosa do Sul objetivando situar e informar o leitor algumas características sobre o município pesquisado. Na sequência, discorreremos sobre as seis edições da “Polvilhana”, apresentando pontos fundamentais que ocorreram nas festas. A última parte do texto foi identificar práticas, representações e símbolos de todas as festas da “Polvilhana”que se materializavam como patrimônios culturais materiais e imateriais. Na pesquisa buscamos apoio teórico em autores da corrente historiográfica História Cultural para a compreensão dos conceitos de Memória, patrimônios e identidade. 

Palavras-chaves: Polvilhana. Santa Rosa do Sul. Patrimônio Cultural.  Memória. Identidade.

Introdução

Festas populares fazem parte da cultura de todos os estados brasileiros e variam conforme o costume local, peculiaridades, atrativos e calendário cultural. Tem sido uma alternativa de rendimento econômico, usando as potencialidades turísticas existentes do lugar, principalmente em cidades rurais, além de ser também uma forma da população local preservar coletivamente seus patrimônios, memória e sua identidade cultural. Conforme Guilherme Guimarães Leonel, as festas podem ser entendidas como um “fenômeno gerador de imagens multiformes da vida coletiva”, além de serem fenômenos sociais, ou seja, se moldam conforme a sociedade em que elas estão inseridas, tendo múltiplos significados e formas de fazer.[3]
Nos últimos dez anos, o município de Santa Rosa do Sul,[4] situado no Sul de Santa Catarina, vêm se destacando e atraindo atenção da região sul catarinense, por realizar grandes festas culturais. Ou seja, a administração municipal e os gestores da cultura têm apostado e valorizado os produtores culturais, bem como incentivado a integração de todos os segmentos da sociedade. Tais ações têm estruturado e fortalecido as questões econômicas municipais, alcançando êxito na agricultura familiar local, indústria, comércio e incentivando o turismo, garantindo a valorização e preservação dos patrimônios culturais existentes em Santa Rosa do Sul. 
Dentre as festas que a equipe gestora municipal tem incentivado em Santa Rosa do Sul, destaca-se a festa do polvilho e da banana, conhecida como “Polvilhana”.A primeira edição dessa festa ocorreu no ano de 2005 e acontecem a cada dois anos durante os meses de junho e julho e,que atrai multidão oriunda de várias partes do estado de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A 6ª edição da festa ocorreu em 2014, o que justifica o período temporal inicial e final delimitado por nós para a execução dessa pesquisa.
O nome da festa “Polvilhana” faz alusão direta aos dois principais produtos cultivados no município, o polvilho e a banana e ainda faz homenagem ao agricultor de Santa Rosa do Sul, que com seu suor e trabalho, alavanca a economia do município, além de preservar a memória do município e socializar a cultura típica do interior catarinense.
Durante a festa “Polvilhana” ocorrem diversas atrações artístico-culturais para ser apreciado pelo público geral, a saber: exposições temáticas, shows musicais, apresentações folclóricas, concurso da rainha e princesas, festivais de música (FEMUC - Festival Municipal da Canção),(FEMEC- Festival Escolar Municipal da Canção), noites religiosas para o público católico  e  evangélico,  práticas  esportivas, brincadeiras que representam o cotidiano do agricultor e desfile temático com carros de boi, máquinas agrícolas, giricos, tobatas e cavalaria. Tais atrações são elementos culturais que representam os patrimônios materiais e imateriais de Santa Rosa do Sul e também da região.
Cumpre lembrar que abordaremos nesse estudo a festa “Polvilhana” como um patrimônio cultural de Santa Rosa do Sul, pelo fato de homenagear o agricultor que alavanca a economia no município e por representar questões culturais e históricas que estavam esquecidas sobre a população sul santarosense. Assim, o presente trabalho tem como objetivo central descrever o processo de criação da festa, analisar os elementos culturais presentes em todas as edições se analisarem a relação identitária que as pessoas possuem com a festa “Polvilhana”.
Na primeira parte desse texto produziremos um pequeno histórico sobre município de Santa Rosa do Sul, abordando a presença dos povos indígenas e quilombolas, passando pelas correntes migratórias, a chegada dos primeiros colonizadores, formação do povoado, a emancipação e evolução cultural, trazendo elementos histórico culturais que influenciaram de forma direta e indireta a criação da festa do polvilho e da banana.
No segundo momento desse trabalho faremos um histórico das seis edições da “Polvilhana” descrevendo a origem da festa, identificando seus idealizadores e os objetivos principais na realização da mesma.
Na última parte do texto destacaremos a importância da “Polvilhana” para Santa Rosa do Sul, analisaremos os elementos presentes na festa que faz referências ao cotidiano dos agricultores do município, problematizando a mesma como patrimônio cultural material e imaterial.
Para a realização dessa pesquisa[5]foi necessário fazer um levantamento bibliográfico da história de Santa Rosa do Sul e consultas nos arquivos históricos e particulares de alguns municípios da região. Assim, realizamos pesquisas na Câmara Municipal de Vereadores, no arquivo do Jornal “Amorim”, município de Sombrio-SC (em 2005 se chamava “Destaque Catarinense”) e nos documentos oficiais da Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul, que consultamos o “Diagnóstico Municipal de Cultura” de Santa Rosa do Sul e no “Relatório Técnico da VI Polvilhana”.
Na busca de alcançar os objetivos traçados no projeto, desenvolvemos nossa pesquisa pela perspectiva da corrente historiográfica História Cultural, o qual foi iniciado pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre, que estuda os acontecimentos por um viés aos modos de fazer, do folclore, dos costumes e da religiosidade. Conforme a historiadora brasileira Sandra Jathay Pesavento, a História Cultural serve para “pensar a cultura como conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o mundo”.[6]

Contextualizando a história e cultura de Santa Rosa do Sul-SC (XVIII)

Embora sendo um município com emancipação político-administrativa ainda jovem, a história de Santa Rosa do Sul inicia-se muitos séculos antes de sua emancipação, quando chegaram os primeiros habitantes que viveram nessa terra, como os indígenas, que viviam em harmonia com a natureza, sem serem incomodados pelo homem branco até meados do século XIX.[7]
Conforme os registros do “Diagnóstico Cultural de Santa Rosa do Sul” os indígenas eram do tronco linguístico Xokleng e Guarani que habitavam entre as comunidades de Peroba e Novo Horizonte. Tinham hábitos de caçar, de ficar escondidos no meio da mata e quando se sentia ameaçado ou ofendido por alguém, atacavam as residências, saqueando, colocando fogo na casa e matando as famílias em forma de represália a quem fizesse cometesse algum mal a eles. Também foi comum os colonizadores usarem de violência com os índios e casar com as índias, havendo um processo de miscigenação.[8]
No século XIX a área que constitui o atual município de Santa Rosa do Sul era uma sesmaria de Manoel Rodrigues da Silva,[9]que deu início a colonização do município por volta de 1730, sendo em 1832 comprado pela província (estado) de Santa Catarina.[10]
No final do século XIX, em especial após a eclosão da Revolução Federalista, houve a presença de famílias de várias regiões de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, a maioria descendente dos imigrantes açorianos, italianos e alemães, formando assim, outros núcleos de povoados de Santa Rosa do Sul.
Entretanto, cumpre lembrar que antes da chegada desses imigrantes, existiu a presença de comunidades quilombolas no território onde hoje compreende as comunidades de Peroba e Novo Horizonte, provenientes de fazendas do Rio Grande do Sul e de outros lugares de Santa Catarina, que fugiram dos maus-tratos dos fazendeiros. Como passar do tempo, começaram a emigrar para outras comunidades do município.[11]
 A herança cultural deixada pelos africanos continua presente no município de Santa Rosa do Sul, por meio de duas fortes manifestações folclóricas: a capoeira divulgada pelo grupo “Grilhões da Liberdade” sendo coordenada pelo mestre Curisco, e o Maracatu do grupo "Rosas do Sul”, coordenado pela escola municipal Ana Regis Arantes da comunidade de Peroba, através do “Projeto Mais Educação”. Ambos os grupos realizam um belo trabalho com as crianças, com presença nos eventos culturais que acontecem em Santa Rosa do Sul.
No final dos anos 1920, a pequena população de Santa Rosa do Sul sentiu a necessidade de construir uma capela. Em 1928 iniciaram uma campanha para a arrecadação de materiais para a construção. Nesse período escolheram também o santo para ser o padroeiro da localidade. Com influência do pároco padre Antônio Luiz Dias, os moradores escolheram Santa Rosa de Lima, uma “homenagem à família mais importante da localidade, a família de Teixeira da Rosa”.[12]Conforme Raulino Reitz, a capela foi concluída e inaugurada no dia 30 de agosto de 1932, havendo uma grandiosa festa e com a presença de milhares de pessoas, algo não antes visto. Daí em diante o vilarejo passou a se chamar definitivamente de “Santa Rosa”.[13]

Com base em nossas pesquisas já desenvolvidas sobre Santa Rosa do Sul, um dos fatores centrais que contribuiu para o crescimento do município foi a construção da BR 101 no fim da década de 1960, que o lugar deu um grande salto urbanístico, possibilitando a vinda de inúmeras famílias de outras cidades, impulsionando o setor de construção civil e também possibilitando o movimento de emancipação do distrito.[15] Tal movimento ficou forte no fim dos anos 1980, conquistando a emancipação político-administrativa do município no dia 4 de janeiro de 1988, passando a ser chamado oficialmente de Santa Rosa do Sul.[16]

Representações das seis edições da festa “Polvilhana” (2005/2014)

A festa do polvilho e da banana “Polvilhana” é o maior evento cultural e econômico de Santa Rosa do Sul. Existindo já há dez anos, busca o entretenimento, incentiva o turismo, oferece oportunidade de negócios, integra religiosidades, desenvolve a gastronomia típica e esportes. A mídia da região informa que em todas as edições houve um número expressivo de pessoas que visitam a festa. Em sua 1ª edição, por exemplo, em 2005, o jornal “Destaque Catarinense” informou que cerca de 20 mil pessoas estiveram na festa.[17]
Para descrevermos um pequeno histórico desse evento, faz-se necessário elaborar os seguintes problemas: Como foi que surgiu a “Polvilhana”? Quais foram os objetivos da sua criação? Quem foram os responsáveis pela criação do evento? Quais foram as mudanças que aconteceram em cada edição da festa? Por que a festa é compreendida pelos gestores municipais e pela população como um patrimônio cultural material e imaterial?
Pelo fato da economia de Santa Rosa do Sul ser aquecida com produtos cultivados da agricultura, a festa “Polvilhana” surgiu pela necessidade que a administração municipal possuía em integrar todos os habitantes de Santa Rosa do Sul em um evento cultural, objetivando também divulgar os principais produtos cultivados pelos agricultores e, concomitantemente, preservar a identidade e cultura de Santa Rosa do Sul. Conforme o depoimento da senhora Geci Geltrudes de Oliveira Casagrande, uma das idealizadoras da festa, que foi prefeita da cidade entre 2005 e 2008 e reeleita para o mandato 2009 a 2012, diz que por volta do mês de janeiro e fevereiro do ano de 2005 é que se começou a pensar a festa “Polvilhana”:   

Quando nós iniciamos nosso mandato, tínhamos uma preocupação em fazer que o nosso agricultor fosse mais valorizado. Reunindo-se com nossos secretários e pessoas de decisão da administração, nós resolvemos por bem organizar uma festa do agricultor. Então surgiram diversas ideias e aprovamos a festa do polvilho e da banana. O cultivo da mandioca que produz o polvilho é uma cultura mais antiga do nosso município. Juntamente com a banana que também é responsável pela maioria da renda do nosso município. É claro que temos outras culturas também, mas a mandioca e a banana são os responsáveis pela economia do município. Então,pensando na valorização do agricultor, na economia, na divulgação do nosso município para tornar-se mais conhecido, com eventos atrativos e que de repente algum modo viesse a ter desenvolvimento, é que se resolveu criar a festa. Instituímos uma reunião maior, para que se escolhesse o nome da festa. Porque festa do colono já é um nome muito batido, conhecido na região porque a maioria dos municípios já faz. Nós queríamos algo mais criativo e atrativo. Surgiram diversos nomes e foi eleito Polvilhana.[18]

Após a reunião com as secretarias da administração municipal, a prefeita Geci Geltrudes de Oliveira Casagrande procurou os vereadores do município com o intuito de divulgar a ideia do evento, pedir apoio e sugestões para a concretização da festa. Segundo a senhora Geci Geltrudes de Oliveira Casagrande foi feita diversas reuniões.

Primeiro com a cúpula da administração e depois chamamos os vereadores independentemente de partido e conversamos com todos. Teve apoio geral dos mesmos. Depois tivemos uma reunião maior com a comunidade. Comunicamos que iríamos criar a festa e teve a aprovação geral.[19]

 Com o apoio e envolvimento das secretarias, dos vereadores e principalmente dos agricultores, o próximo passo foi a criação da Comissão Central Organizadora (CCO), que foi composta por membros da prefeitura municipal, comerciantes e agricultores. Tal comissão, que teve como presidente Almides Robergs da Rosa, estiveram envolvidos por um período de três meses para a programação do evento, trabalhando na logística, contratações de artistas, contatos com os artesãos, agricultores e, de forma geral, com todos os produtores da cultura de Santa Rosa do Sul.[20]
A data escolhida pela CCO para a realização da primeira edição da “Polvilhana” foi entre 7 a 10 de setembro de 2005, tendo como local o centro da cidade, na Praça Frei Raimundo Simonetto, que é considerado “coração histórico, religioso, político e cultural do município de Santa Rosa do Sul”.[21] Com as definições do evento, iniciou-se uma intensa campanha de divulgação da “Polvilhana” no município e em toda região da AMESC.
Durante a semana que antecedeu a festa, a CCO trabalhou muito juntamente com outras equipes de organização que montaram os stands, sonorização e os barracões em torno da Praça Frei Raimundo Simonetto, formando uma estrutura gigantesca, coisa antes nunca vista em Santa Rosa do Sul, impressionando a todos visitantes que passaram no parque de eventos nos dias da festa.
Importa lembrar que na festa “Polvilhana” foi criado uma feira e, acrescentado também mais dois eventos que antes ocorriam em datas diferenciadas, a saber: “I FEPROART – Feira dos Produtos e Artesanatos da Terra”, “II FEMEC – Festival Municipal Escolar da Canção” e “VI FEMUC – Festival Municipal da Canção”. Tais informações são visíveis na Lei Nº 621 de 6/9/2005, aprovada na véspera da “1ª Edição da Polvilhana”, afixada no mural da Prefeitura Municipal que autorizava também o poder executivo a gastar no evento até o valor de R$ 20.000, 00 (vinte mil reais).[22]
Fazendo análises dessa lei, percebemos que a mesma trata sobre orientações no funcionamento do evento, como as questões dos gastos na manutenção cultural e econômica da festa “Polvilhana”. É visível ainda o incentivo e valorização que o poder público municipal possui para com o comércio local, quando há escrito que se deve adquirir os produtos que são fabricados e cultivados no próprio município.[23]
O primeiro dia da festa, 7 de setembro de 2005, foi a realização do tradicional desfile cívico “Dia de Independência do Brasil” que contou com a participação da equipe gestora das escolas, professores, estudantes, pais e demais cidadãos de Santa Rosa do Sul. Na sequência ocorreu a“IªMini-Maratona Cross Country”, evento esportivo que contou com aproximadamente 120 atletas da região.Esse primeiro dia do evento contou com matéria de capa no jornal “Destaque Catarinense” publicado pela colunista Franciele Oliveira com o título “Santa Rosa do sul abre os portões da 1ª Polvilhana”. Na página três, a colunista apresenta com mais detalhes como foi a festa:

Os desfiles de 07 de setembro e a 1ª Mini Maratona Cross Country, com a participação aproximadamente de 120 atletas, marcaram a abertura da 1ª Polvilhana, festa do polvilho e da banana, na tarde de ontem em Santa Rosa do Sul.
 Os desfiles de 07 de setembro lotaram a praça central. O principal atrativo das homenagens foi a banda de Torres (RS) e também a participação dos alunos e entidades do município.[24]

 Na noite do primeiro dia de festa, foi escolhida a rainha e as princesas da “Polvilhana”, sendo uma disputa bem acirrada entre as candidatas, todas carismáticas e belas, dificultando a escolha dos jurados. Conforme a matéria do jornal “Destaque Catarinense”:

Ionara Monteiro é a Rainha da 1ª Polvilhana em Santa Rosa do Sul.  As 15 candidatas desfilaram para o público e para os cinco jurados na noite de quarta-feira, primeiro dia da festa. A primeira princesa foi Melânia Colares Paulo e o título de segunda princesa ficou Gisele Daiane Bez. As candidatas fizeram o primeiro desfile coletivo, depois cada uma voltou individualmente à passarela para um melhor julgamento. Para uma última avaliação elas voltaram novamente em desfile coletivo. Os cinco jurados, que eram de diferentes municípios da região, avaliaram as meninas em três quesitos: beleza, simpatia e desenvoltura.
 A disputa foi acirrada e a diferença de pontos entre uma candidata e outra foi bem pequena, Gisele obteve 118 pontos, e Melânia 118.5, diferença de apenas meio ponto. A rainha Ionara foi eleita com 125.5 pontos.
 A rainha Ionara tem 16 anos, representa a comunidade de Vila São Cristóvão. A primeira princesa Melânia tem 17 anos e representa a localidade de Pontão e a segunda princesa Gisele tem 16 anos e de Peroba.
 Agora as três estarão durante toda a festa e também por um ano representando a cidade de Santa Rosa do Sul.[25]

Nos dias seguintes aconteceram inúmeras atividades como “II FEMEC – Festival Municipal Escolar da Canção” e “VI FEMUC – Festival Municipal da Canção”, ambos festivais de música realizada para revelar talentos da música no município.[26]
Após o término da “1ª Polvilhana” a mídia da região representava matérias que reforçava a ideia da festa como patrimônio cultural de Santa Rosa do Sul. O jornal “Destaque Catarinense” afirma que
a busca pela valorização da cultura local teve seu objetivo alcançado na 1ª Polvilhana – a festa do Polvilho e da Banana de Santa Rosa do Sul. Com uma população de cerca de 8,5 mil pessoas, a festa atingiu em torno de 20 mil pessoas circulando no parque montado entre a Igreja Matriz e a prefeitura municipal.[27]


Com o sucesso da primeira edição, a administração pública municipal decidiu em 2006 realizar a segunda edição da “Polvilhana”, que teve praticamente a mesma programação da anterior. Nos dias da festa contou com shows musicais, exposições, feiras e a escolha das realezas. Após o processo de escolhas pelo júri, Lais Helena Vieira foi eleita a rainha da festa;  Keila ( 1ª Princesa) e Francine Borba (2ª Princesa).
Na Lei Nº 678 publicada em 9 de agosto de 2006 percebemos a oficialização da festa “Polvilhana” e identificamos que os objetivos de sua realização está relacionado com questões do campo econômico e cultural de Santa Rosa do Sul. Nessa Lei, oficializa-se também o período de realização do evento no município.[28]
Em virtude do ano eleitoral municipal no ano de 2008 a Lei N° 759 de 17 de junho de 2008, antecipa a realização da 3ª edição da “Polvilhana” para o mês de julho do mesmo ano. “A alteração da data de realização da festa será apenas para o corrente ano, mantendo-se para as próximas edições a data prevista na Lei n° 678 de 9/8/2006”.[29]
Com a antecipação da data para a realização da “3ª Polvilhana”, a festa ganhou aspecto mais próximo das tradicionais festas juninas e julinas que também faz “parte da cultura de Santa Rosa do Sul”[30] e consideradas como patrimônio cultural.
A corte da realeza da terceira edição da “Polvilhana” foi composta Natayane Mello (rainha), Sibeli Soraia Silveira (1ª princesa) e Monise Isoppo (2ª princesa).

Nessa edição, a grande atração foi o espetáculo da “Orquestra Sinfônica de Santa Catarina”, que encantou a todos através de grandes clássicos da música erudita, brasileira e trilha sonora de filmes. A banda “Coringas” também fez um espetáculo, unindo música, teatro e performances de dança, cujo figurino e músicas eram de variados gêneros musicais, em especial aos ritmos folclóricos de Santa Catarina.
Repetindo o bom êxito da edição anterior, a “4ª Polvilhana”ocorreu em 24 e 27 de junho de 2010, tendo novamente show com a Banda “Coringas” e “Orquestra Sinfônica de Santa Catarina” e show nacional com “Gaúcho da Fronteira”. A corte da festa dessa vez foi composta por Mariana Generoso (rainha), Patrieli Martins (primeira princesa) e Renata Bittencourt (segunda princesa).

Em 2012 aconteceu entre os dias 28 de junho à 1 de julho a “5ª edição da Polvilhana” que atraiu grande multidão na Praça Frei Raimundo Simonetto. Teve show nacional com a banda sertaneja “Barra da Saia”, além de outros shows de bandas locais como, por exemplo, “Velhos Batutas” e “Black Time”, formadas por músicos experientes de Santa Rosa do Sul e Sombrio, animando os fãs do velho e bom Rock’N’Roll.

A “6ª Polvilhana”ocorreu entre os dias 1 e 8 de junho de 2014, com programação de uma semana, onde cada dia uma temática diferente, abordando os mais diversos aspectos culturais e históricos presentes em Santa Rosa do Sul. A longa programação dessa edição justifica-se porque foi comemorado oficialmente os 25 anos de emancipação político-administrativa do município.

O primeiro dia da 6ª edição da festa foi a comemoração do aniversário do município de Santa Rosa do Sul, com homenagens a todos os vereadores e ex-prefeitos do município. Ocorreu também nesse mesmo dia a escolha das soberanas da “6ª Polvilhana”, sendo eleita ao título de rainha a jovem Daniela Borba, Kalita Sartor (primeira princesa) e Amanda Furnaleto (segunda princesa).

Teve shows nacionais, regionais e locais dos mais variados gêneros musicais, como a dupla gauchesca “Oswaldir & Carlos Magrão” e banda de pop rock catarinense “Dazaranha”, atraindo multidão nos oito dias de festa.
Objetivando abordar a festa “Polvilhana” como patrimônio cultural material e imaterial de Santa Rosa Sul, faz-se necessário elaboramos as seguintes problemáticas: quais elementos culturais e históricos do município estão presentes na festa? Esses elementos fazem parte do cotidiano do agricultor e do povo sul santarosense? É possível reconhecer a festa “Polvilhana” como patrimônio cultural de Santa Rosa do Sul?

A festa “Polvilhana” como patrimônio cultural material e imaterial de Santa Rosa do Sul

Em todas as seis edições da “Polvilhana” podemos perceber que o foco central entre os organizadores foi o destaque dos produtos cultivados na agricultura, artesanato local, indústria, comércio, turismo e atrações artísticas- culturais. A rigor, palavras chaves como “valorizar a cultura local”, “resgatar a história de Santa Rosa”, “divulgar as riquezas materiais do município”, “valorizar a cultura da mandioca e da banana”,eram visíveis nos discursos elaborados por autoridades políticas, pelos organizadores da festa, em textos jornalísticos da região e pela população de forma geral.É perceptível em um texto jornalístico, por exemplo, ao fazer um resumo da 1ª edição da festa, o vínculo da festa com o “resgate” da cultura, economia e política de Santa Rosa do Sul. 
[...].

A festa resgata as origens da cultura local, mas que também não deixa de valorizar todas as outras especialidades existentes no município, mostrou muitas atrações para o grande público sem deixar de enaltecer o tema da festa: o polvilho e a banana. A alimentação, a decoração, as atrações. Tudo enfatizava as duas culturas tão fundamentais.[35]

Sem sombras de dúvidas, todos os elementos culturais representados nas edições da “Polvilhana” são reconhecidos como ícones de patrimonialização cultural de Santa Rosa do Sul. Ou seja, quando os gestores de uma cidade, os produtores da cultura e a população geral reconhecem a necessidade de recuperar e registrara história da cidade, sacraliza-se então as festas como bens patrimoniais do município.
A palavra patrimônio é de origem latina patrimonium (patri= pai + monium= recebido). Significa herança e é usada em diversas áreas do conhecimento, como o Direito e Contabilidade, mas principalmente, a História e Cultura usam muito o termo. Pode ser entendido como conjunto de bens considerados de interesse relevante para a cultura de um povo e possua valor significante a uma coletividade (estado, país, região ou município), (...).[36]
 Se patrimônio significa uma herança ou algo que ganhamos, patrimônio cultural pode ser entendido como “legado que se recebe dos antepassados e que propicia a auto-identificação das pessoas no grupo social e cultural em que se situam.”[37]
Assim, quando trabalhamos com patrimônio cultural estamos no campo de identidade, na “dimensão do pertencimento” que é o processo que as pessoas têm se sentirem integrantes e agentes da história do município. Ou seja, as pessoas sentem-se ligadas aos costumes, culturas, discursos, símbolos, representações artísticos culturais da localidade que foram construídos, recriados e passados de geração a geração. Como afirma a historiadora Sibele Cardoso Barbosa Machado é o “legado mais precioso e representativo de um povo. Este legado desperta nos indivíduos um forte sentimento de reconhecimento e identificação étnica.”[38]
Nessa mesma linha de pensamento Stuart Hall discorre que as identidades culturais relacionam-se com“(...) aqueles aspectos de nossas identidades que surgem de nosso “pertencimento” as culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo, nacionais”.[39]
Em todas as edições da “Polvilhana” é visível elementos culturais que representam o patrimônio material e imaterial. Conforme a UNESCO patrimônio imaterial são

as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.[40]

Conceituando também o patrimônio material o IPHAN afirma que pode ser considerado todo elemento ligado a Arqueologia, as construções, paisagens, aos museus, as cidades históricas, arquivos públicos ou individuais e a outras formas de materialidade, em outras palavras, tudo aquilo que é construído pelo homem e pela natureza.[41]
Dentre tantos ícones patrimoniais perceptíveis em todas as programações da “Polvilhana”, destacaremos alguns elementos da festa para identificarmos os patrimônios materiais e imateriais nas seis edições do evento.
Os “mascotes oficiais”estão presentes desde a primeira edição na “Polvilhana” e são compreendidos como ícones representativos dos patrimônios materiais e imateriais de Santa Rosa do Sul .É o “Polvilhinho” e a “Bananinha”representando a mandioca (polvilho) e a banana, produtos mais cultivados no município. Nas primeiras edições, eles circulavam na festa juntamente com as soberanas. No entanto, nas edições posteriores, os mesmos ficaram restritos a folders e a bonecos espalhados em inúmeros espaços da festa. Fazendo uma análise dessas mascotes,podemos perceber que no brasão de Santa Rosa do Sul, abaixo do polígono central e bem ao centro tem um cacho de banana e um pé de mandioca, que representam a produção agrícola do município. Ou seja, as mascotes oficiais possuem vínculos com os símbolos municipais.[42]

Criado no intuito de fortalecer os pequenos agricultores de Santa Rosa do Sul, a “Praça dos Saberes e Sabores”, montado em formato de um galpão bem rústico, recebia os visitantes para saborear as roscas e biscoitos do polvilho, a pamonha, o caldo de cana, os doces da banana e também adquirir as verduras fresquinhas cultivadas pela agricultura familiar local.
Na “Feira da Agricultura” era montado um forno de barro onde são preparadas as roscas que são comercializadas na festa. No mesmo espaço havia também um engenho movido por bois, que moi a cana e faz a garapa (caldo de cana).

É perceptível que nesse espaço há referências ao passado dos primeiros agricultores do município, muito embora em algumas propriedades rurais de Santa Rosa do Sul ainda mantém a tradição de fazer roscas no forno de barro ou de fazer a garapa.
A FEPOART “Feira dos Produtos e Artesanatos da Terra” era o espaço temático que os patrimônios materiais e imateriais também são visíveis nas “artes de fazer” e nos artefatos. Na feira, havia expositores do comércio da cidade, das instituições, de artesões e agricultores que expõem seus produtos para comercialização e amostra. Havia uma praça de alimentação que serviam produtos coloniais e um espaço com exposições museológicas que representavam a cultura e história de Santa Rosa do Sul. Existia vídeos culturais, distribuições gratuitas de alimentos, guloseimas ou lembrancinhas. Era um espaço que unia negócios aos expositores, lazer e cultura e por isso era mais visitado durante a “Polvilhana”.
Outras representações patrimoniais na “Polvilhana” é o “Desfile Temático” de máquinas agrícolas, a saber: tratores, caminhões, roçadeiras, tobatas e os giricos (veículos artesanais construídos pelos agricultores). Há também desfile da cavalaria do CTG “Unidos do Sul” e de carros de boi, que remete aos primeiros meios de transporte de Santa Rosa do Sul.

No “Desfile Temático” cada comunidade[43] faz decorações nas carretas do trator, representando a história e o cotidiano da sua comunidade. Ou seja, o agricultor é o protagonista e mostra que com “suor e trabalho, alavanca a economia do município, além de contar a sua origem e demonstrar a cultura típica do interior catarinense.”[44] O desfile acontece no último dia da festa no período matutino e é uma das atrações mais esperadas pela população.
Tradicionalmente feita na tarde do último dia da festa, a “Gincana da Banana e da Mandioca” é outro momento cultural que homenageia diretamente o agricultor de Santa Rosa do Sul. Na gincana possui práticas que possibilitam a socialização entre as pessoas da comunidade com brincadeiras patrimonializadas que representam o cotidiano do agricultor. Existem as provas de corridas com cachos de bananas e os balaios cheios de mandioca nas costas e a prova de quem come mais banana. São momentos de muita descontração, risadas e concomitantemente de reprodução da cultura sul santarosense.
Outros espaços perceptíveis com práticas que representam os patrimônios materiais e imateriais de Santa Rosa do Sul são as representações artísticas- culturais apresentados no palco principal e no palco alternativo da “Polvilhana”. É visível atrações musicais, espetáculos de dança, teatro, apresentações folclóricas como “Terno de Reis”, “Boi de Mamão”, “Bandeira do Divino”, declamações de poemas ou trovas que prestigia os “talentos da terra” e salvaguarda a identidade, tradição e cultura de Santa Rosa do Sul.
Importa lembrar que as questões turísticas, culturais, folclóricas e econômicas estudadas por nós nesse artigo como patrimônios culturais materiais e imateriais, também nos remete a contextualizar com a Memória. Não obstante haver definições distintas entre História e Memória, Jacques Le Goff afirma que ambas andam juntas e se complementam e buscam salvar o passado para dar continuidade na história[45]. Ou seja, História e Memória são fundamentais “para compreendermos os processos históricos e culturais de nossa época e de onde vivemos”.[46]

Conclusão

A historiadora Maria Bernadete Ramos Flores afirmou com muita propriedade que“resgatar a cultura é objetivo difícil de se alcançar”[47]entre as pessoas de uma região, cidade estado e nação. De fato, nesses dez anos de história da “Polvilhana”, os gestores da administração municipal de Santa Rosa do Sul, a Comissão Central Organizadora, bem como os produtores da cultura, souberam superar os momentos difíceis encontrados para a concretização da festa e, a cada edição, buscaram atingir os objetivos do evento que é a valorização do agricultor e o “resgate da cultura sul santarosense”.
Nessa pesquisa tivemos a preocupação central em problematizar e sacralizar que todas as atividades representadas na festa da “Polvilhana” são patrimônios materiais e imateriais, que salvaguarda a Memória, História e identidade da população de Santa Rosa do Sul.
Inicialmente apresentamos pequena parte da história de Santa Rosa do Sul objetivando situar e informar o leitor algumas características sobre o município da nossa pesquisa. Na sequência, discorremos sobre as seis edições da “Polvilhana”, apresentando pontos fundamentais que ocorreram nas festas. A última parte desse texto foi identificar práticas,representações e símbolos de todas as festas da “Polvilhana”, que se materializavam como patrimônios culturais materiais e imateriais.
O interesse na pesquisa não foi esgotar o assunto, até porque se fôssemos descrever as representações artísticas e culturais de todas as festas daria uma bela tese de doutorado. Isso para mostrarmos a riqueza que há na festa “Polvilhana”. Nesse sentido, finalizamos esse texto afirmando que nosso objetivo foi garantir o registro da festa “Polvilhana” um evento que valoriza os bens patrimoniais culturais materiais e imateriais da população de Santa Rosa do Sul e, concomitantemente, de municípios circunvizinhos da região da AMESC.

Referências

COELHO, Rolando Christian Sant’Helena. Santa Rosa do Sul: Raízes. Sombrio- SC: Editora Sul Gráfica, 2012.

 FARIAS, Vilson Francisco de. Dos Açores ao Brasil meridional: uma viagem no tempo: 500 anos no litoral catarinense vol. 2. Florianópolis- SC: ed. do Autor, 2000.

HALL, Stuart.  A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

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LE GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. São Paulo- SP: Editora da Unicamp, 1996.

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PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte- MG: Autêntica, 2003.

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REITZ, Raulino. Paróquia de Sombrio- ensaio de uma monografia. Brusque, SC: Editora Azambuja, 1948.

SCHWENGBER, Valdir Luiz. Arqueologia e Informática: uma proposta de educação patrimonial sobre os sambaquis do sul de Santa Catarina.Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Porto Alegre, 2002.

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Fontes escritas

Arquivo da Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul. Diagnóstico dos Patrimônios Culturais do Município. Santa Rosa do Sul-SC, 2015.

Arquivo da Câmara Municipal de Santa Rosa do Sul- SC. Lei nº 759 de 17 de junho de 2008.

Arquivo da Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul. Lei nº 621 de 06 de Setembro de 2005.

Jornal Destaque Catarinense. 8/9/2005. Título: “Santa Rosa do Sul abre os portões da
1ª Polvilhana”, p. 3. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.

Jornal Destaque Catarinense. 9/9/2005. Título: “Eleita rainha da Festa do Polvilho e da Banana em Santa Rosa do Sul”, p. 1. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.

Jornal Destaque Catarinense. 12/9/2005. Título: “Cerca de 20 mil pessoas na 1ª Polvilhana”, p. 6. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.


Fonte oral

Geci Geltrudes de Oliveira Casagrande, 68 anos. Entrevista concedida a Andrio Cardoso Pereira em 4/4/2016.






[1]Andrio Cardoso Pereira é graduado em História pela Universidade do Sul Catarinense- (UNISUL- Araranguá-SC). É estudante no Curso de Especialização “História e Cidades: Patrimônio Cultural e Ambiental” pela Universidade do Extremo Sul Catarinense- (UNESC- Criciúma-SC). E-mail: andriocardosopereira@hotmail.com
[2] Professor orientador dessa pesquisa. Graduado em História pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC- Criciúma-SC), Mestre em Educação (PPGE- UNESC) e doutor em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC- Florianópolis-SC). Docente no Curso de Especialização “História e Cidades: Patrimônio Cultural e Ambiental” pela Universidade do Extremo Sul Catarinense- (UNESC- Criciúma-SC) e na graduação no curso de Direito da Esucri (Escola Superior de Criciúma-SC).
E-mail: lucio.v.m@bol.com.br    
[3] LEONEL, Guilherme Guimarães. Festa e sociabilidade: reflexões teóricas e práticas para a pesquisa dos festejos como fenômenos urbanos. Cadernos de História, Belo Horizonte, MG, v.11, nº 15, 2º sem. 2010, p. 35-54. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoshistoria/article/view/P.2237-8871.2010v11n15p35>. Acesso em: 9 mai. 2016.
[4]Santa Rosa do Sul é um município que pertence a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (AMESC), situado no Sul do Estado de Santa Catarina. Sua população estimada em 2014 é de 8.285 habitantes (IBGE),e que tem por base econômica a agricultura e a agropecuária.

[5] Realizamos ainda entrevistas com gestores da cultura, responsáveis da Comissão Central Organizadora e agricultores. 
[6] PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte- MG: Autêntica, 2003, p. 08.
[7] MACHADO, Sibeli Cardoso Borba. Museu Agrícola de Santa Rosa do Sul: Um modo de recuperar as reminiscências plurais do mundo do trabalho na região.Araranguá, SC: Unisul, 2007, p. 38.
[8] Arquivo da Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul. Diagnóstico dos Patrimônios Culturais do Município. Santa Rosa do Sul-SC, 2015, p. 206.
[9] FARIAS, Vilson Francisco de. Dos Açores ao Brasil meridional: uma viagem no tempo: 500 anos no litoral catarinense vol. 2. Florianópolis, SC: Ed. do Autor, 2000, p. 329.
[10] MACHADO, Sibeli Cardoso Borba. Op. Cit., p. 40.
[11] Arquivo da Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul. Diagnóstico dos Patrimônios Culturais do Município. Santa Rosa do Sul-SC, 2015, p. 206.
[12] PEREIRA, Juventino J. Sombrio: sua origem, seu povo e tradição. Canoas, RS: La Salle, 1972, p. 101.
[13] REITZ, Raulino. Paróquia de Sombrio- ensaio de uma monografia. Brusque, SC: Editora Azambuja, 1948, p. 71. 
[14]MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DO SUL. História. Disponível em: <http://www.santarosadosul.sc.gov.br/municipio/index/codMapaItem/16455>. Acesso em: 4 ago. 2016.
[15] Santa Rosa passou a categoria de Distrito da cidade de Sombrio, através da Resolução 01/55 de 24 de novembro de 1955.
[16] PEREIRA, Andrio Cardoso. Praça Frei Raimundo Simonetto: Estudo de caso sobre um patrimônio de Santa Rosa do Sul. Criciúma, SC: Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2015, p. 07. Conforme o site do município de Santa Rosa do Sul “por resolução da Câmara de Sombrio e homologado pela Lei nº 1.109 de 4 de janeiro de 1988, Santa Rosa é emancipada, desligando-se de Sombrio e recebendo a palavra “do Sul” devido a outro município no Brasil com o nome de Santa Rosa. Passou então a chamar-se Santa Rosa do Sul”.MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DO SUL. História. Disponível em: <http://www.santarosadosul.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/43205>. Acesso em: 4 ago. 2016. Antes de ter nome oficial, a atual cidade teve diferentes nomes: Morro das Mortes, Três Alfredos e Santa Rosa.
[17] Jornal Destaque Catarinense. 12/9/2005. Título: “Cerca de 20 mil pessoas na 1ª Polvilhana”, p. 6. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio-SC.
[18]GeciGeltrudes de Oliveira Casagrande, 68 anos. Entrevista concedida a Andrio Cardoso Pereira em 4/4/2016.
[19]GeciGeltrudes de Oliveira Casagrande, 68 anos. Entrevista concedida a Andrio Cardoso Pereira em 4/4/2016.
[20] Conforme jornal Destaque Catarinense. 12/9/2005, p. 6-7. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.
[21] PEREIRA, Andrio Cardoso. Op. Cit., p. 9.
[22] Arquivo da Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul. Lei nº 621 de 06 de Setembro de 2005.
[23]Idem.
[24]Jornal Destaque Catarinense. 8/9/2005. Título: “Santa Rosa do Sul abre os portões da 1ª Polvilhana”, p. 3. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.
[25] Jornal Destaque Catarinense. 9/9/2005. Título: “Eleita rainha da Festa do Polvilho e da Banana em Santa Rosa do Sul”, p. 1. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.
[26]Jornal Destaque Catarinense. 12/9/2005. Título: “Femuc revela talentos em Santa Rosado Sul”, p. 6. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.
[27]Jornal Destaque Catarinense. 12/9/2005. Título: “Festa do Polvilho e da Banana superou as expectativas com grande presença de público nas várias atrações”, p. 6. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.
[28]Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a realização da Festa do Polvilho e da Banana, denominada POLVILHANA, como Festa Municipal, com o objetivo principal de incentivar a agricultura e divulgar o potencial agrícola, industrial, comercial, artístico, gastronômico e cultural. Parágrafo único. A Festa da Polvilhana será realizada a cada 02 (dois) anos, sempre no mês de setembro, neste Município”. Arquivo da Câmara Municipal de Santa Rosa do Sul- SC. Lei Nº 678 de 09 de agosto de 2006.
[29] Arquivo da Câmara Municipal de Santa Rosa do Sul- SC. Lei nº 759 de 17 de junho de 2008.
[30] PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA ROSA DO SUL. Diagnóstico dos Patrimônios Culturais do Município. Santa Rosa do Sul- SC, 2015, p. 211.

[31]RECCO, Itaionara.Natayane é a rainha da 3ª Polvilhana. Disponível em: <http://www.radiocriciuma.com.br/portal/vernoticia.php?id=8077>. Acesso em: 8agos. 2016.  
[32]CÂMARA DIRIGENTES LOGISTAS DE SANTA ROSA DO SUL. CDL Santa Rosa do Sul participa da 4ª Polvilhana. Disponível em:<http://www.fcdl-sc.org.br/redirect.php?center=niKLomZL39IsK_TKMJRZprbsm_TYRD71oBnX9ABHh9ZRUc1Vv8CmvvU-FB8VPVC08Qut6LUgZi08_UYRvlOJUg>. Acesso em: 8agos. 2016.

[33]PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA ROSA DO SUL. 25 Anos de Emancipação Política. Disponível em: http://www.santarosadosul.sc.gov.br/noticias/index/ver/codMapaItem/16458/codNoticia/170369. Acesso em: 7agos. 2016.

[34] SANTA CATARINA 24 HORAS. VI Polvilhana- Festa do Polvilho e da Banana em Santa Rosa do Sul. Disponível em: <http://www.santacatarina24horas.com/editorias/noticias-gerais/15598-vi-polvilhana-festa-do-polvilho-e-da-banana-em-santa-rosa-do-sul.html>. Acesso em: 7agos. 2016.
[35] Jornal Destaque Catarinense. 12/9/2005. Título: “Festa do Polvilho e da Banana superou as expectativas com grande presença de público nas várias atrações, p. 6. Arquivo do Jornal Destaque Catarinense, Sombrio- SC.
[36]PEREIRA, Andrio Cardoso. Op. Cit., p. 16.
[37]SCHWENGBER, ValdirLuiz. Arqueologia e Informática: uma proposta de educação patrimonial sobre os sambaquis do sul de Santa Catarina.Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Porto Alegre, 2002, p. 65.
[38]MACHADO, Sibeli Cardoso Borba. Op. Cit.,p. 22.
[39] HALL, Stuart.  A identidade cultural na pós-modernidade.10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 8.
[40]UNESCO. Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Paris: UNESCO, 2003. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinders/arquivos/ConvencaoSalvaguarda.pdf> . Acesso em: 22 mai. 2016, p. 4.
[41]  IPHAN. Patrimônio Material. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/276> . Acesso em: 7 jun. 2016.
[42]COELHO, Rolando Christian Sant’Helena. Santa Rosa do Sul- Raízes. Sombrio, SC: Editora Sul Gráfica, 2012, p. 198.
[43] O município possui 14 comunidades rurais.
[44]PEREIRA, Andrio Cardoso. Op. Cit., p. 42.
[45] LE GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. São Paulo- SP: Editora da Unicamp, 1996, p. 447.
[46] PEREIRA, Andrio Cardoso. Op. Cit., p. 16.
[47]RAMOS FLORES, Maria Bernardete. Oktoberfet: Turismo, festa e cultura na Estação do Chopp.Florianopólis- SC: Letras Contemporâneas, 1997, p. 13.

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