segunda-feira, 18 de março de 2024

TEA EM PAUTA: DEPOIMENTO SOBRE O QUE É SER AUTISTA

 

Olá caros leitores, tudo bem com vocês?

 Há um ano atrás, escrevi em minhas redes sociais um depoimento falando sobre ser autista, foi um texto escrito no momento que eu estava me preparando para as atividades que aconteceriam em Abril, estou postando agora aqui na coluna, espero do fundo do coração, que seja momentos de reflexão, confiram abaixo.

COMO É SER AUTISTA?

 Nasci e convivo com o autismo há quarenta anos, sou uma pessoa saudável em todos os sentidos, que luta pelos sonhos e que não deixa se abalar pelas dificuldades, preconceitos e desinformações que a sociedade propaga sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista), resumindo, sou uma pessoa normal, apenas com essa condição neurológica atípica, sou nível 1 de suporte, precisei bastante amparo especialmente na infância.
 Sendo uma condição neurológica e psicológica, o Transtorno do Espectro Autista não pode ser considerado uma doença, ele já nasce dentro do indivíduo e permanece com ele por toda a vida, o que se faz é a busca da amenização ao máximo dos efeitos psicológicos e comportamentais através da estimulação (recomenda iniciar o mais cedo possível) e a terapia psicológica, trazendo melhor qualidade de vida ao autista e a toda sua família, sou a prova viva que funciona e que graças à estimulação e terapias, consegui chegar onde estou hoje de forma satisfatória.
 Cada autista é diferente do outro, uns podem ser comunicativos outros mais quietos, uns podem gostar de artes outros de ficção científica, assim por diante, cada um tem sua visão de mundo, porém não existe uma classificação científica ou definidora que consiga explicar essa grande variedade.
 Os preconceitos e falta de informação das pessoas são grandes barreiras que enfrentamos diariamente em todos os aspectos, por isso que existe mobilização de autistas e seus familiares, que buscam informar as pessoas sobre o TEA, buscando quebrar preconceitos e criar uma sociedade mais solidária e igualitária, onde além de sermos respeitados e nossos direitos sejam garantidos em todos os sentidos.
 Aquela idéia de que autista não tem sentimentos com as outras pessoas é uma grande bobagem, ele consegue sentir empatia, amar seus parentes, fazer amigos e até mesmo se apaixonar, namorar, casar e formar uma família. Outra coisa: o autista pode ser sim independente, produzir arte, ser um talento no esporte ou música, trabalhar e ser bem sucedido sim, eu mesmo sou um exemplo de que lutando contras as barreiras e tendo força de vontade, nós autistas podemos ir além, o céu é o limite.
 Encerrando nossa breve reflexão, ser autista ou ter qualquer outra necessidade especial não é uma barreira, podemos ser muito mais daquilo que os outros acreditam de nós, é uma condição que nascemos e teremos que aprender a conviver (tanto nós como nossas famílias), somos especiais e jóias raras não podemos deixar informações falsas e preconceitos nos colocar na lona, devemos ser determinados, não ter medo de assumirmos o que somos e principalmente, não deixar se abater, continuar em frente e escrever nossos nomes de forma positiva na História, é para isso que viemos ao mundo.

Andrio Cardoso Pereira, 40 anos, professor, escritor e historiador, autista nível 1 de suporte, morador de Santa Rosa do Sul, SC

Forte abraço, BOA SEMANA, até a próxima!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário