Olá caros leitores, tudo bem com vocês?
Em toda extensão to litoral de Santa Catarina, podemos perceber facilmente que a cultura predominante é de origem açoriana, trazida pelas famílias vindas do arquipélago dos Açores, em Portugal, a partir do ano de 1748.
Vindos de uma região também litorânea, as primeiras levas de açorianos que vieram para o litoral de Santa Catarina tinham a intenção de ajudar na defesa dos territórios conquistados no litoral por Portugal e acabaram colonizando boa parte do sul do Brasil, inclusive a região do extremo sul catarinense, municípios como Sombrio, Santa Rosa do Sul e Araranguá foram no passado colonizados por açorianos ou por descendentes dos mesmos nascidos no Brasil.
A herança açoriana presente em nossos dias é vasta, ficando complicado enumerar todas de uma vez só, mas fácil de visualizar, basta olharmos ao nosso redor para podermos perceber a presença do povo açoriano em nossa cultura, seja no jeito de falar, costumes ou de fazer.
Dentre a vasta herança cultural deixada pelos açorianos em nossa região, além do linguajar típico, a forte religiosidade, as lendas, as benzedeiras, a culinária típica, a maneira de pescar, a pecuária e os revolucionários métodos agrícolas utilizados nas plantações, as manifestações do Terno de Reis, Boi de Mamão e Bandeira do Divino são bastante presentes até nos dias de hoje, devido ao belo colorido, religiosidade e alegria, marcas registradas da açorianidade. Vamos conhecer um pouco de cada uma dessas manifestações.
O Terno de Reis surgiu em Portugal e foi trazido ao Brasil no início de sua colonização pelos imigrantes açorianos e portugueses. Celebrada entre o dia 24 de dezembro ao dia 06 de janeiro (dia de Santos Reis), essa manifestação faz alusão ao nascimento de Jesus e a visita dos reis magos ao presépio em Belém, através de grupos de cantoria, alguns com danças e apresentações teatrais que vão de casa em casa anunciando o Natal.
Em termos musicais, os instrumentos usados nas cantorias são praticamente os mesmos da música sertaneja: o violão, a viola, a gaita, tambor e o violino (conhecido também por rabeca), podendo variar de um grupo para o outro. Outra característica importante é a presença de um mestre, que é aquele responsável pela folia e pela criação dos versos, depois repetidos pelos foliões (coro), o qual há uma voz especial que dá todo tom acaipirado da cantoria: o típe, que faz o famoso e estridente “ai” no fim dos versos, podendo haver dois ou mais.
Oriundo das antigas tradições açorianas, O Boi de Mamão une cantoria, dança, folclore e teatro popular, contando a estória de Mateus e sua esposa Moreninha, que está grávida e sente desejo de comer o boi de estimação da família, então o animal é sacrificado, porém com a ajuda de uma benzedeira, o boi ressuscita, havendo uma grande festa , onde surgem personagens como o cavalinho, a cabra, macaco, ursos, a Maricota, a bernúncia (espécie de dragão) e tantos outros, variando de uma região para outra.
A Bandeira do Divino é uma tradição comemorada de diversas maneiras, conforme a cultura de cada local. em Santa Catarina, essa tradição é muito presente e viva , inclusive no litoral sul, ocorrendo 50 dias após a Páscoa, em alusão ao dia de Pentecostes, data a qual segundo a tradição bíblica, o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo, havendo muita cantoria, festejos, fogos e alegria, assemelhando com o Terno de Reis pelo tom acaipirado e ligado a religiosidade.
Também vale salientar a existência de grupos folclóricos* que valorizam e divulgam a cultura açoriana por toda região como o AçorSul (Sombrio, especializada na cultura açoriana em geral, principalmente nas danças típicas), Família Pacheco (Sombrio, especializado no Boi de Mamão) e Grupo Folclórico do Menino Deus (Araranguá, especializada em cantos folclóricos açorianos, principalmente as cantorias de Terno de Reis e Bandeira do Divino), sempre participando de eventos culturais e das grandes festas que acontecem em nossa região, ou participando de eventos em outras parte do estado.
Além dessas manifestações folclóricas, as quais estão muito presentes em nossa região, existente inúmeras festas em homenagem ao açoriano, as quais celebram principalmente sua contribuição na agricultura, seus costumes e cultura, como o Arraialfest (Sombrio), Festa do Peixe (Balneário Arroio do Silva) Marfest (Balneário Gaivota), Polvilhana (Santa Rosa do Sul) e Primavera Cultural (Araranguá), sem esquecer das festas de origem católica, as Festas do Colono (Maracajá, São João do Sul e Jacinto Machado, essa última conhecida como Banarroz) e dos eventos natalinos (Natal dos Canyons em Praia Grande), os quais sempre lembrando dos aspectos herdados pelos açorianos, além de outras etnias que ajudaram a colonizar nossa região.
Depois de vermos algumas características culturais do açorianos, podemos perceber facilmente a dimensão gigantesca da herança deixado por eles em nossa região, seja na cultura, forma de ser, jeito de falar e na religiosidade, como já foi dito, sendo bastante complicado descrever todas em poucas linhas, sendo praticamente um desafio a todos os historiadores locais e para os apaixonados por cultura, pois queira ou não, todos temos um pouco da cultura açoriana em nosso DNA.
Grande abraço, BOM FIM DE SEMANA, até a próxima.
* Em outras oportunidades, iremos trabalhar especificamente com cada grupo folclórico de nossa região.
Vindos de uma região também litorânea, as primeiras levas de açorianos que vieram para o litoral de Santa Catarina tinham a intenção de ajudar na defesa dos territórios conquistados no litoral por Portugal e acabaram colonizando boa parte do sul do Brasil, inclusive a região do extremo sul catarinense, municípios como Sombrio, Santa Rosa do Sul e Araranguá foram no passado colonizados por açorianos ou por descendentes dos mesmos nascidos no Brasil.
A herança açoriana presente em nossos dias é vasta, ficando complicado enumerar todas de uma vez só, mas fácil de visualizar, basta olharmos ao nosso redor para podermos perceber a presença do povo açoriano em nossa cultura, seja no jeito de falar, costumes ou de fazer.
Dentre a vasta herança cultural deixada pelos açorianos em nossa região, além do linguajar típico, a forte religiosidade, as lendas, as benzedeiras, a culinária típica, a maneira de pescar, a pecuária e os revolucionários métodos agrícolas utilizados nas plantações, as manifestações do Terno de Reis, Boi de Mamão e Bandeira do Divino são bastante presentes até nos dias de hoje, devido ao belo colorido, religiosidade e alegria, marcas registradas da açorianidade. Vamos conhecer um pouco de cada uma dessas manifestações.
O Terno de Reis surgiu em Portugal e foi trazido ao Brasil no início de sua colonização pelos imigrantes açorianos e portugueses. Celebrada entre o dia 24 de dezembro ao dia 06 de janeiro (dia de Santos Reis), essa manifestação faz alusão ao nascimento de Jesus e a visita dos reis magos ao presépio em Belém, através de grupos de cantoria, alguns com danças e apresentações teatrais que vão de casa em casa anunciando o Natal.
Em termos musicais, os instrumentos usados nas cantorias são praticamente os mesmos da música sertaneja: o violão, a viola, a gaita, tambor e o violino (conhecido também por rabeca), podendo variar de um grupo para o outro. Outra característica importante é a presença de um mestre, que é aquele responsável pela folia e pela criação dos versos, depois repetidos pelos foliões (coro), o qual há uma voz especial que dá todo tom acaipirado da cantoria: o típe, que faz o famoso e estridente “ai” no fim dos versos, podendo haver dois ou mais.
Oriundo das antigas tradições açorianas, O Boi de Mamão une cantoria, dança, folclore e teatro popular, contando a estória de Mateus e sua esposa Moreninha, que está grávida e sente desejo de comer o boi de estimação da família, então o animal é sacrificado, porém com a ajuda de uma benzedeira, o boi ressuscita, havendo uma grande festa , onde surgem personagens como o cavalinho, a cabra, macaco, ursos, a Maricota, a bernúncia (espécie de dragão) e tantos outros, variando de uma região para outra.
A Bandeira do Divino é uma tradição comemorada de diversas maneiras, conforme a cultura de cada local. em Santa Catarina, essa tradição é muito presente e viva , inclusive no litoral sul, ocorrendo 50 dias após a Páscoa, em alusão ao dia de Pentecostes, data a qual segundo a tradição bíblica, o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo, havendo muita cantoria, festejos, fogos e alegria, assemelhando com o Terno de Reis pelo tom acaipirado e ligado a religiosidade.
Também vale salientar a existência de grupos folclóricos* que valorizam e divulgam a cultura açoriana por toda região como o AçorSul (Sombrio, especializada na cultura açoriana em geral, principalmente nas danças típicas), Família Pacheco (Sombrio, especializado no Boi de Mamão) e Grupo Folclórico do Menino Deus (Araranguá, especializada em cantos folclóricos açorianos, principalmente as cantorias de Terno de Reis e Bandeira do Divino), sempre participando de eventos culturais e das grandes festas que acontecem em nossa região, ou participando de eventos em outras parte do estado.
Além dessas manifestações folclóricas, as quais estão muito presentes em nossa região, existente inúmeras festas em homenagem ao açoriano, as quais celebram principalmente sua contribuição na agricultura, seus costumes e cultura, como o Arraialfest (Sombrio), Festa do Peixe (Balneário Arroio do Silva) Marfest (Balneário Gaivota), Polvilhana (Santa Rosa do Sul) e Primavera Cultural (Araranguá), sem esquecer das festas de origem católica, as Festas do Colono (Maracajá, São João do Sul e Jacinto Machado, essa última conhecida como Banarroz) e dos eventos natalinos (Natal dos Canyons em Praia Grande), os quais sempre lembrando dos aspectos herdados pelos açorianos, além de outras etnias que ajudaram a colonizar nossa região.
Depois de vermos algumas características culturais do açorianos, podemos perceber facilmente a dimensão gigantesca da herança deixado por eles em nossa região, seja na cultura, forma de ser, jeito de falar e na religiosidade, como já foi dito, sendo bastante complicado descrever todas em poucas linhas, sendo praticamente um desafio a todos os historiadores locais e para os apaixonados por cultura, pois queira ou não, todos temos um pouco da cultura açoriana em nosso DNA.
Grande abraço, BOM FIM DE SEMANA, até a próxima.
* Em outras oportunidades, iremos trabalhar especificamente com cada grupo folclórico de nossa região.
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