quarta-feira, 11 de julho de 2012

A HISTÓRIA DO CINEMA- CAPÍTULO II: VANGUARDAS EUROPEIAS NA DÉCADA DE 1920


Olá caros leitores, tudo bem com vocês?

 Estamos agora começando o segundo capítulo da série A HISTÓRIA DO CINEMA. Nesse capítulo iremos trabalhar como o cinema europeu sobreviveu após a Primeira Guerra Mundial até o fim dos anos de 1920, época muito conturbada e criativa, aonde surgiram grandes diretores e filmes inesquecíveis, os quais idolatrados até os dias de hoje.
 Nesse contexto de caos e rebeldia, nasceram inúmeras escolas cinematográficas por toda a Europa, as quais ficaram mais famosas: O Expressionismo Alemão, Surrealismo e o Épico Soviético. A partir de agora, iremos conhecer um pouco mais dessas três escolas, então vamos lá.

CAPÍTULO II-0 VANGUARDAS EUROPEIAS NA DÉCADA DE 1920

CONTEXTO HISTÓRICO

   Em 1918, a Europa estava contabilizando os estragos deixados pela Primeira Guerra Mundial, conflito iniciado quatro anos antes, o qual deixou um rastro de destruição e morte nunca visto antes em toda História mundial, gerando uma gigantesca crise econômica e social em todos os países europeus.
    Mesmo com o conflito em andamento, muitos cineastas arriscavam a produzir filmes, mas acabaram encontrando dificuldades para encontrar público e conseguir recursos, em consequência, alguns foram a falência financeira e fadados ao esquecimento, como aconteceu com Georges Mélies, mesmo ainda na era do cinema mudo. Outros refugiaram-se em Hollywood, obtiveram sucesso, o diretor alemão Fritz Lang é um grande exemplo desse êxodo, que se intensificou ainda mais nos anos 30, com a ascensão do nazismo.
   
EXPRESSIONISMO ALEMÃO


 Na Alemanha, a crise economia e social causada pela derrota na Primeira Guerra surtiu efeito também no mundo das artes, em especial no cinema. Tentando representar de forma simbólica todos os traumas causados pela guerra e do desespero em relação ao futuro do país, surgiu a escola cinematográfica do Expressionismo Alemão.
  Usando totalmente uma linguagem metafórica, o Expressionismo Alemão usava de recursos da expressão facial ao extremo, maquiagens pesadas, intensos jogos de luz e sombra, cenários aonde sugeria o pesadelo e a loucura, tramas propícias a fantasia e ao terror, sempre baseada na literatura fantástica.
  Uma obra que representa bem o Expressionismo Alemão sem dúvida nenhuma é Nosferatu, um Sinfonia de Horror (1922), de F. W. Murnau, baseado no famoso romance Drácula, escrito por Bram Stoker, sendo o primeiro filme a retratar a lenda de vampiros nas telonas.
  Outro clássico expressionista é o cultuado Metropolis (1927) dirigido por Fritz Lang, retrata uma cidade futurista aonde pessoas poderosas escravizam a população mais pobre através de um regime de trabalho desumano, gerando uma rebelião violenta. Como numa boa obra de ficção científica, Metropolis tem elementos proféticos, como a aparição de máquinas maravilhosas, em especial robôs dotados de sentimentos humanos.

SURREALISMO


  Ao mesmo tempo em que o Expressionismo Alemão fazia sucesso por toda a Europa, na França surgia um movimento cinematográfico liderado por dois espanhóis, o cineasta Luís Buñuel e o artista plástico Salvador Dali, conhecido como Surrealismo.
   Nascido dentro das artes plástica, o Surrealismo não usa uma linguagem cinematográfica específica, nem de enredos lineares, mas sim utiliza de imagens desconexas umas com as outras, sugerindo ser um sonho sem nexo ou um pesadelo horrendo, sempre apelando para conflitos existenciais e psicológicos, geralmente satirizando costumes religiosos e sociais.
   Uma das obras primas desse movimento, Um Cão Andaluz (1928) dirigido por Buñuel em parceria com Salvador Dali,  o qual retrata de forma psicológica os sonhos mais profundos de um assassino, sendo esse filme um manifesto do movimento surrealista.

ÉPICO SOVIÉTICO




    Ao contrário a outras escolas cinematográficas da época, o cinema da União Soviética (Rússia) foi de encontro com os ideais da Revolução Comunista de 1917, criando filmes engajados politicamente, com grande vigor épico e de imagens realmente impactantes, o qual ficou conhecido Épico Soviético, e o nome do cineasta Sergei Eisenstein ganhou notoriedade.
   Seguindo a ideologia marxista, os filmes dessa escola basicamente apresentam eventos históricos da Rússia de forma dialética, ou seja, apresenta a visão de todos os lados envolvidos na trama, fazendo o espectador pensar e tirar suas próprias conclusões daquilo que foi mostrado no filme.
   Eisenstein foi um do cineastas mais populares desse movimento, seu épico O Encouraçado Potenkim (1925) é um filme recheado de cenas inesquecíveis e impactantes, as quais influenciam até hoje muitos cineastas mundo a fora.
 Baseado em fatos reais ocorridos em 1905, essa obra mostra a primeira tentativa de fazer uma revolução comunista na Rússia, iniciando com a rebelião dos marinheiros do encouraçado Potenkim e terminando nas ruas de Odessa, onde ocorreu um terrível massacre organizado pelas guarda do Czar, o qual ficou conhecido como Domingo Sangrento.

 FIM DO SEGUNDO CAPÍTULO

 Quarta que vem não percam o terceiro capítulo da série A HISTÓRIA DO CINEMA, o qual iremos falar sobre a popularização do cinema feito Hollywood após a Primeira Guerra Mundial, chegando até o surgimento do som e da cor nos filmes, aguardem. 

Um grande abraço, até a próxima.

FILMOGRAFIA DO CAPÍTULO II


Nosferatu, uma Sinfonia de Horror (1922). Alemanha. Direção: F. W. Murnau
O Encouraçado Potenkim (1925). União Soviética. Direção: Sergei Eisenstein
Metropolis (1927). Alemanha. Direção: Fritz Lang
Um Cão Andaluz (1928). França. Direção: Luís Buñuel e Salvador Dali

Nenhum comentário:

Postar um comentário