quarta-feira, 8 de outubro de 2014

CINE HISTÓRIA: CIDADÃO KANE (1941)



FICHA TÉCNICA

Título Original: Citizen Kane
Duração: 119 min.
Ano: 1941
Diretor: Orson Welles
País: Estados Unidos
Idiomas disponíveis e legendas: Inglês e Português
Gênero: Drama Político/ Suspense
Temática: Política o New Deal/ Populismo/ História dos meios de comunicação

SINOPSE (Fonte: Adoro Cinema)


A ascensão de um mito da imprensa americana, de garoto pobre no interior a magnata de um império dos meios de comunicação. Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst.

COMENTÁRIO

Inspirado na vida do magnata das comunicações Willian Randolph Hearst, esse clássico dirigido e protagonizado por Orson Welles, que na época tinha apenas 26 anos, é uma verdadeira aula sobre História e política, além é claro de ser uma referência obrigatória entre os fãs do cinema e inspiração para novos cineastas.
Realizado com um dinamismo avançado para a época, o filme inovou por usar um enredo não-linear, recheado de flashbacks (vai ao passado e volta ao presente ou vice-versa), uso de ângulos de câmera diferenciados, uma edição complexa, além cenários grandiosos dão a essa obra aspecto de um verdadeiro épico.
Feito nas vésperas da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, o filme é um retrato fiel da Política do New Deal, criada pelo presidente Franklin Delano Roosevelt com intenção de salvar os Estados Unidos da Grande Depressão nos anos 30, que por conseqüência gerou o Populismo, movimentos políticos que tiveram “intenções” de colocar o povo no centro das atenções políticas, usando dos mais diversos métodos.
No discurso de Kane podem se notar duas grandes características da política populista: discurso inflamado, sempre colocando o povo como prioridade, criticando ferozmente o seu adversário, promete melhorias a todos se for eleito; e a presença de um líder carismático, que utiliza do bom humor e da vontade popular, sempre com intenção de conquistar os eleitores.
A corrupção eleitoral também é retratada nesse filme com muito realismo, mostrando diversos métodos antidemocráticos, como usar a vida pessoal de um candidato para derrubar esse e usar de forma maliciosa a imprensa para fins políticos, métodos inclusive presente até nos dias hoje, provando que esse filme é uma obra atemporal.
O perfil psicológico de Kane altera com o passar do filme, começa como um garoto simplório e sonhador do interior, passando pelo um jovem que começa a montar um grande império dos meios de comunicações, que participa da política e acaba se tornando uma pessoa reclusa da sociedade, violenta e recheada de mistério, iniciando uma verdadeira queda. Alias, o mistério está na palavra “Rosebud”, dita antes de Kane morrer, o qual um intrépido jornalista tenta desvendar o significado, e mais: o enredo do filme é todo em cima desse mistério, o jornalista entrevista diversas pessoas que conviveram com Kane, acabam contando toda a vida dele e dando pistas para descobrir o enigma, que logicamente só desvendado no fim do filme.
Os meios de comunicação, ramo o qual Kane se transformou num magnata, é retratado como propulsora do progresso, levando a todas as pessoas informações e entretenimento, inclusive o rádio, jornais e os grandes espetáculos de teatro, ópera e balé, e que também pode ser usado, algumas vezes de forma maliciosa e antidemocrática, para divulgar idéias políticas. Mesmo sendo um filme com o pensamento da década de 1940, continua muito atual quando se trata da ideologia capitalista, podendo até ser comprado com a realidade, tornando esse filme feito há 70 anos atrás numa obra-prima do cinema mundial.


Grande abraço, BOA SESSÃO, até a próxima.

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