domingo, 6 de março de 2016

INFORMATIVO ESPECIAL: O CINEMA EM SALA DE AULA, UM RECURSO DIDÁTICO NAS AULAS DE HISTÓRIA


Olá caros leitores, tudo bem com vocês?

Ao utilizar o filme em VHS, DVD, Blu Ray ou na Internet em sala de aula, o profissional em educação deve considerar que o cinema é um misto de arte e produto comercial e industrial, um artigo construído para agradar e vender, envolvendo pessoas e altos custos de produção. Seu compromisso, na maior parte das vezes, é com o entretenimento, o espetáculo. A velocidade com que as imagens se sucedem, é cuidadosamente pensado com este fim.
O cinema e o filme são também um produto e uma expressão cultural, de modo como a sociedade se vê e uma forma de informação universal. Assim sendo, nos é difícil acreditar que, durante anos a escola e os profissionais em educação tenham tratado com desconfiança e desatenção, o cinema e seus produtos como recurso didático-pedagógico.
O cinema e seus recursos servem como ferramenta didático-pedagógica ao professor de História? Sim, certamente, mas de uma maneira muito própria, mas tomando alguns cuidados ao utilizá-los. O profissional em História deve considerar que toda imagem cinematográfica é testemunha de uma presença: a da câmara e da equipe que fez a filmagem. O que vemos na tela é um registro foto mecânico, reproduzido por um projetor.
Esta constatação geralmente não é percebida pelos espectadores comuns, visto que, buscam no filme diversão e emoção por algumas horas ou minutos. Já o (a) professor (a) vê o filme com outros olhos, pois o seu interesse é tratar o cinema como uma das fontes para o seu trabalho didático-pedagógico de construção ou reconstrução da História.
Todo filme, quer seja uma ficção ou documentário, é uma fonte que deve ser considerada pelo historiador, pois que se vê na tela do monitor de TV ou tela de projeção é um tipo de registro de atores, figurinos, cenários, luzes, etc., filmados em ordem diversa da que assistimos na tela. A ordenação da seqüência de imagens é uma montagem.
No filme documentário, a câmara registra imagens selecionadas pelo diretor, previamente ou no momento oportuno. Após serem revelados os negativos, o cineasta os monta; corta o que não lhe agrada; coloca-os numa determinada ordem; inserem trechos de outros filmes, depoimentos etc. Este procedimento chama-se “edição”. Sem esse processo não surge o filme acabado, fica igual a um automóvel desmontado que não serve ao motorista. Além disso, é preciso considerar que a equipe que realiza as filmagens do documentário interfere na realidade, na medida em que transforma aquilo que pretende apresentar como imparcialidade.
Isto é ruim? De maneira alguma. A consciência disso é que permite ao professor de História revelar o que pode estar oculto, subentendido; o tipo particular de documento que qualquer filme é. Documental ou ficção. E é nessa forma que o cinema/filme é um precioso auxiliar, um objeto de pesquisa histórica, um recurso didático-pedagógico.
Ao utilizarmos um filme, devemos lembrar ao aluno de que se está diante de uma versão, de uma representação, e não de fatos históricos como eles realmente aconteceram. Ao mesmo tempo, a chamada ficção de “época” não deve ser considerada como uma mentira inconsequente. Ela é uma narrativa que procura transformar através de imagens verossímeis o acontecido, se servindo dos meios disponíveis na época em que o filme foi realizado.
Geralmente, o filme histórico revela mais a época em que foi feito do que o passado nele apresentado. Assim sendo, o professor de história deve estimular os alunos a perceberem o que se esconde além das imagens da tela. O professor deve convidar o aluno a pensar o presente e o passado através da expressão artística apresentada pelos recursos do cinema presentes nos filmes.
Para que a utilização de filmes nas aulas de História possa surtir os objetivos e resultados esperados, exige dos profissionais alguns procedimentos básicos como:

  1. Muitas horas de estudo e pesquisa para decidir sobre um filme, e para isso o professor deve ter visto no mínimo duas vezes, bem como, marcar as principais sequências, cenas e planos para abordá-los no momento adequado para a discussão no grande grupo;
  2. Conhecimento do professor sobre a época em que o filme foi realizado, os propósitos dos produtores por sua realização, em sua importância como produto de cultura entre outros títulos semelhantes do mesmo período. Alertando o aluno para estas informações, o professor de História estará incentivando o mesmo a assistir o filme com olhar mais crítico;
  3. Ter consciência de que os filmes com base ficcional se comunicam por meio de feitos artísticos. O professor de História deve libertar-se do hábito de utilizar o cinema/filme, como um mero suporte do conteúdo programático. Deve estar atento para que o aluno não fique preso apenas ao enredo do filme, sem prestar atenção aos detalhes que fazem parte do programa de análise histórica.
  4. Estar atento para perceber que a narrativa do filme está no modo como ele conta a História, que tudo que é apresentado está sob efeitos técnicos, inclusive a participação dos atores, e que, há diferenças enormes entre o conteúdo dos livros de História e suas versões cinematográficas.
Todo tipo de arte possui procedimentos e linguagem específicos. Por isso, o professor de História que faz uso do cinema/filmes como recurso audiovisual deve considerar todos os procedimentos acima citados. Somente dessa forma o cinema/filme pode ser aproveitado como arte de espetáculo e como documento.
 Pedagogos e educadores que defendem a utilização do cinema/filme em sala de aula sugerem que o (a) professor (a) trabalhe parte de um filme, e não o filme inteiro. Recomenda-se que o fragmento a ser apresentado, durante uma aula de 45 a 50 minutos, dure entre 17 e 23 minutos. Este tempo favorece ao estabelecimento de um dialogo com a seqüência apresentada. Caso o interesse se mantiver, recomenda-se ao profissional sugerir que os alunos assistam em casa individualmente ou em grupos, ou mesmo na sala de aula, o filme por inteiro. 
  Convido a todos a pesquisarem aqui no blog os filmes por mim trabalhados, tem sobre os mais variados temas relacionados a História e a cultura, de várias nacionalidades e gêneros cinematográficos, além de toda quarta feira ter a coluna Cine História, totalmente voltada a arte cinematográfica, NÃO PERCAM. 

UM GRANDE ABRAÇO, BOA SEMANA, ATÉ A PRÓXIMA.

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