Olá caros leitores, tudo bem com vocês?
A História é uma área que permite termos uma visão aproximada daquilo que foi o passado de uma cidade, região, país e até mesmo do mundo, podendo ser ser feita pelo viés político, social, comportamental, mitológico, econômico, cultural e muitos outros, porém o mais usual é o factual, que nada mais é, um resumo de fatos importantes do lugar onde estudamos, por ser mais fácil de ser estudado.
Em Santa Rosa do Sul, todos com toda certeza conhecem a História factual do munícipio, que está presente no site a prefeitura e nos informativos da AMESC. Hoje quero mostrar uma forma diferente de conhecer a História do munícipio, através da evolução cultural que aconteceu em Santa Roa do Sul desde a chegada dos primeiros índios até os dias de hoje, enfatizando mais a questão cultural. O informativo abaixo faz parte do Plano Municipal de Cultura, o qual ajudei a escrever e sou autor desse e de muitos outros informativos, espero que gostem, divulguem e abra a mente dos sul santarosenses e torço que outras formas de estudos históricos surjam.
Vendo a importância de tantas manifestações que acontecem em nosso munícipio, Santa Rosa do Sul é uma terra rica em cultura desde tempos antigos, elas são organizadas pela administração pública municipal, pelas entidades religiosas, instituições de educação ou mesmo pelas próprias comunidades, enfim, engloba todos os moradores, mesmo sendo um munícipio pequeno, consegue ser forte e ultrapassar a barreira do tempo, c compromisso de cada sul santarosense é manter viva a chama dessa cultura, para que demos continuidade para as próximas gerações, contribuindo cada vez mais na História de nosso munícipio.
Autor. Andrio Cardoso Pereira
Fonte: Diagnóstico Cultural Santa Rosa do Sul (Plano Municipal de Cultural) páginas 217 até 220, 2015. Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul.
Grande abraço, FELIZ PÁSCOA, bom fim de semana, até a próxima!
A História é uma área que permite termos uma visão aproximada daquilo que foi o passado de uma cidade, região, país e até mesmo do mundo, podendo ser ser feita pelo viés político, social, comportamental, mitológico, econômico, cultural e muitos outros, porém o mais usual é o factual, que nada mais é, um resumo de fatos importantes do lugar onde estudamos, por ser mais fácil de ser estudado.
Em Santa Rosa do Sul, todos com toda certeza conhecem a História factual do munícipio, que está presente no site a prefeitura e nos informativos da AMESC. Hoje quero mostrar uma forma diferente de conhecer a História do munícipio, através da evolução cultural que aconteceu em Santa Roa do Sul desde a chegada dos primeiros índios até os dias de hoje, enfatizando mais a questão cultural. O informativo abaixo faz parte do Plano Municipal de Cultura, o qual ajudei a escrever e sou autor desse e de muitos outros informativos, espero que gostem, divulguem e abra a mente dos sul santarosenses e torço que outras formas de estudos históricos surjam.
HISTÓRIA CULTURAL DE SANTA ROSA DO SUL
Santa Rosa do Sul antes da
chegada dos europeus foi habitada por indígenas principalmente Guaranis
(carijós), os quais tiveram contato diretamente com os imigrantes portugueses e
espanhóis, gerando violentos e uma forte miscigenação cultural.
Vindos de uma região também litorânea, as primeiras
levas de luso-açorianos que vieram para o litoral de Santa Catarina a partir do
ano 1748, tinham a intenção de ajudar na defesa dos territórios conquistados no
litoral por Portugal e acabaram colonizando boa parte do sul do Brasil,
inclusive a região do extremo sul catarinense, municípios como Sombrio,
Araranguá e principalmente, Santa Rosa do Sul, foram no passado colonizado por
açorianos ou por descendentes dos mesmos nascidos no Brasil.
A herança luso-açoriana presente em nossos dias é
vasta, ficando complicado enumerar todas de uma vez só, mas fácil de
visualizar, basta olharmos ao nosso redor para podermos perceber a presença do
povo açoriano em nossa cultura, seja no jeito de falar, costumes ou de fazer.
Dentre a vasta herança cultural deixada pelos
açorianos em Santa Rosa do Sul, além do linguajar típico, a forte
religiosidade, as lendas, as benzedeiras, a culinária típica, a maneira de
pescar, a pecuária e os revolucionários métodos agrícolas utilizados nas
plantações, as manifestações do Terno de Reis, Boi de Mamão e Bandeira do
Divino são bastantes presentes até nos dias de hoje, devido ao belo colorido,
religiosidade e alegria, marcas registradas da açorianidade. Vamos conhecer um
pouco de cada uma dessas manifestações.
O Terno
de Reis surgiu em Portugal e
foi trazido ao Brasil no início de sua colonização pelos imigrantes açorianos e
portugueses. Celebrada entre o dia 24 de dezembro ao dia 06 de janeiro (dia de
Santos Reis), essa manifestação faz alusão ao nascimento de Jesus e a visita
dos reis magos ao presépio em Belém, através de grupos de cantoria, alguns com
danças e apresentações teatrais que vão de casa em casa anunciando o Natal.
Em termos musicais, os instrumentos usados nas
cantorias são praticamente os mesmos da música sertaneja: o violão, a viola, a
gaita, tambor e o violino (conhecido também por rabeca), podendo variar de um
grupo para o outro. Outra característica importante é a presença de um mestre,
que é aquele responsável pela folia e pela criação dos versos, depois repetidos
pelos foliões (coro), o qual há uma voz especial que dá todo tom acaipirado da
cantoria: o típe, que faz o famoso e estridente “ai” no fim
dos versos, podendo haver dois ou mais.
Oriundo das antigas tradições açorianas, O Boi de Mamão une cantoria, dança, folclore e teatro
popular, contando a estória de Mateus e sua esposa Moreninha, que está grávida
e sente desejo de comer o boi de estimação da família, então o animal é
sacrificado, porém com a ajuda de uma benzedeira, o boi ressuscita, havendo uma
grande festa , onde surgem personagens como o cavalinho, a cabra, macaco,
ursos, a Maricota, a bernúncia (espécie de dragão) e tantos outros, variando de
uma região para outra.
A Bandeira
do Divino é uma tradição
comemorada de diversas maneiras, conforme a cultura de cada local. em Santa
Catarina, essa tradição é muito presente e viva , inclusive no litoral sul,
ocorrendo 50 dias após a Páscoa, em alusão ao dia de Pentecostes, data a qual
segundo a tradição bíblica, o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos
de Cristo, havendo muita cantoria, festejos, fogos e alegria, assemelhando com
o Terno de Reis pelo tom acaipirado e ligado a religiosidade.
Buscando refúgio e
liberdade, os escravos começaram a povoar o território onde hoje são as
comunidades de Novo Horizonte e Peroba a partir do século XIX, oriundos de
fazendas do Rio Grande do Sul e de outras partes de Santa Catarina, formando
uma grande comunidade Quilombola, a qual gerou inúmeros descendentes,
espalhando-se por toda Santa Rosa do Sul, a qual se manteve unida, havendo por
muitas décadas na igreja matriz a Festa de Nossa Senhora do Rosário, quando
acontecia o famoso Baile dos
Morenos, onde era freqüentado
somente por afrodescendentes, marcando toda uma época, que infelizmente hoje
não existe mais, além de acontecer um processo de miscigenação cultural no
decorrer da passagem do tempo.
A herança africana
pode ser sentida em Santa Rosa do Sul mais nas comunidades do interior através
da organização, da união, do gosto pela música, pela religiosidade e através de
manifestações folclóricas como a Capoeira e do Maracatu, feitas pelas escolas e
pelos projetos sociais, no intuito de trazer novamente a identidade afro para
essas comunidades.
Vindos da Europa
infestada de guerras, fome e pobreza, os imigrantes italianos e alemães vieram
para o munícipio na segunda metade do século XIX, deixando em sua herança
cultural a religiosidade, a engenhosidade para trabalhar na agricultura, no
jeito de falar e principalmente, na culinária típica com suas cucas, massas,
vinhos e tantas outras iguarias deliciosas.
Com a eclosão da
Revolução Federalista no Rio Grande do Sul no fim do século XIX, chegaram em
Santa Rosa do Sul, que na época se chamava Morro
das Mortes, muitas famílias de origem gaúcha, trazendo sua traições como de
fazer churrasco, tomar chimarrão, andar de a cavalo, sua música e danças como o
vanerão, chimarrita (de origem açoriana) e tantas outras.
Nesse mesmo
contexto, as famílias Teixeira da Rosa, Emerim e Souza, cujo nome dos três patriarcas era Alfredo, chegaram ao munícipio,
ajudando no seu desenvolvimento, tanto que o lugar passou a ser chamado de Três Alfredos, iniciando uma lenta
evolução urbana no munícipio, surgindo nessa época os primeiros centros de
comércios, a capela a qual foi escolhida como padroeira Santa Rosa de Lima
(1932) e a vila se passou a chamar de Santa
Rosa, para posteriormente evoluir para distrito em meados da década de 50 e
com o inicio a construção da BR 101 em meados da década de 1960.
A questão cultural desse período até meados da
década de 1970 foi bastante rica, principalmente para a juventude, aconteciam
inúmeras domingueiras, bailes, brincadeiras de entrudes, serenatas, gincanas,
festas juninas, Terno de Reis, rodeios, existia um cinema que pertencia a
família Emerim e as festas dos padroeiros de cada comunidade, eram bastante
apreciadas.
Com a evolução
urbana, também veio o desejo do povo de transformar o distrito em munícipio,
concretizando com a emancipação em 1988, iniciando daí para frente a História
política de Santa Rosa, mas a cultura não foi esquecida, sendo agora organizada
pela administração municipal, como as festas juninas, gincanas e festivais,
marcando época, muitas delas continuam até hoje, as quais iremos elencar a
partir de agora.
O Festival Municipal da Canção, o
tradicional FEMUC foi criado no
início da década de 1990, sendo inicialmente um evento musical, no intuito de
revelar novos talentos musicais de Santa Rosa do Sul, que ao passar dos anos
foi colocado nas festas de aniversário do munícipio, posteriormente nas festas
juninas, sendo definitivamente colocado dentro da programação da Polvilhana em 2005, sendo uma das atrações mais esperados dentro da festa, em 2014
foi realizado a décima primeira edição.
Seguindo a mesma linha do FEMUC, o Festival Municipal
Escolar da Canção, o FEMEC foi
instituído em 2002, fazendo parte da programação da Polvilhana, o festival tem como intuito revelar talentos musicais
de crianças e adolescentes que estudam nas escolas de Santa Rosa do Sul, sendo
também uma atração bastante esperado dentro da festa, sendo que em 2014 foi
realizada a sua sétima edição.
Criada no inicio dos anos 2000 a Fanfarra Municipal Filhos da Terra foi criada para tocar nos
eventos culturais do munícipio, fazer apresentações especiais, e
principalmente, animar nos desfiles do dia 07 de setembro, o qual comemora o
Dia da Independência do Brasil, tocando o Hino Nacional, fazendo o som da
marcha e fazendo a Alvorada Festival, além de se apresentarem em diversas cidades
da região.
Maior
festa cultural do munícipio de Santa Rosa do Sul, a Festa do Polvilho e da
Banana, carinhosamente chamada de Polvilhana,
ocorre desde 2005, sendo feita entre os meses de junho e julho, acontecendo
de dois em dois anos, atraindo uma grande multidão vinda de várias partes do
estado e do Rio Grande do Sul. Em 2014 foi realizada sua sexta edição.
O nome da festa faz alusão direta aos dois
principais produtos produzidos no munícipio, o polvilho e a banana, é uma
homenagem ao agricultor de Santa Rosa do Sul, que com seu suor e trabalho,
alavanca a economia do munícipio, além de contar a sua origem e demonstrar a
cultura típica do interior catarinense.
Sendo
uma festa que valoriza o trabalho do agricultor e sua cultura, a Polvilhana
traz uma série de atrações para todos os públicos, desde exposições temáticas,
shows musicais, apresentações folclóricas, concurso da rainha e princesas,
festivais de música, noites especiais para o público católico e evangélico,
práticas esportivas, brincadeiras que fazem alusão à vida do agricultor e um
grandioso desfile temático com carros de boi, máquinas agrícolas, giricos,
tobatas e cavalaria, mostrando um pouco da História e da cultura de Santa Rosa
do Sul e também da região.
Lançado em 2012, o livro Santa Rosa do Sul: Raízes, escrito pelo jornalista sombriense Rolando
Christian Sant’Helena Coelho, fala sobre a
evolução histórica, política e social do munícipio, usando de depoimento de
moradores antigos, fotografias antigas e estatísticas, fazendo uma homenagem as
pessoas que ajudaram na construção do munícipio o qual conhecemos atualmente.
O filme Santa
Rosa do Sul: Minha Terra, documentário produzido pelo jornalista sombriense
Rolando
Christian Sant’Helena Coelho foi lançado em 2012
juntamente com o livro Santa Rosa do Sul:
Raízes, sendo um complemento do outro, recontando a História do município
através de depoimentos de moradores antigos e pessoas que participaram de
alguma forma da evolução histórica, social, política e cultural do município de
Santa Rosa do Sul.
O Festival
Escolar da Canção foi criado no ano de 2012, no intuito de classificar os
alunos que vão cantar no FEMEC, sendo
realizada em cada escola do munícipio, servindo como uma espécie de
eliminatória, tendo acontecido em 2014 sua segunda edição.
Criado em dezembro de 2013, o Natal
Iluminado é um evento que celebra as festividades natalinas do munícipio,
conforme os costumes culturais e religiosos presentes em Santa Rosa do Sul,
sendo realizado na Praça Frei Raimundo Simonetto, havendo decoração especial,
iluminação colorida, cenários temáticos, chegada do Papai Noel e shows de
música, teatro e dança, marcando o Natal e o fim de ano do povo sul
santarosense, sendo um verdadeiro sucesso a cada nova edição. Em 2014, foi
realizada a segunda edição, sendo estendido a programação para a comunidade de
Vila São Cristovão e pretende-se estender para outras comunidades do município.
Inaugurada durante a realização da VI Polvilhana em 2014, a Feira
do Agricultor é um espaço construído próximo a rodoviária municipal, que
anteriormente era realizada ao lado da Igreja Matriz, onde os pequenos
agricultores e artesãos do munícipio podem mostrar e vender seus produtos aos
moradores, sendo um espaço que lembra um antigo galpão, servindo como um ponto
turístico de Santa Rosa do Sul .
O
Festival Municipal de Folclore foi
criado e instituído em agosto de 2014, evento que valoriza as manifestações
folclóricas brasileira, catarinense e principalmente, de Santa Rosa do Sul, através
de exposições temáticas, apresentação de teatro, dança, música, artes plásticas
e artesanato, além da culinária típica do munícipio, sendo uma festa que
celebra as antigas tradições do munícipio, no intuito delas se manterem vivas
para as próximas gerações.
Instituído no ano de 2013, o Departamento
Municipal de Cultura de Santa Rosa do Sul faz parte da secretária municipal
de Educação, Turismo, Esporte e Cultura, criado especificamente para trabalhar
com as questões culturais do munícipio, assim como coordenar os eventos,
seminários, cursos para capacitar profissionais dessa área, promover e elaborar
leis de incentivo a cultura, junto ao Conselho
Municipal de Cultura e a Secretária de Educação, Turismo e Esportes.
Instituído em
forma de lei em 2014, sendo feitas as eleições e posse em 2015, o Conselho Municipal de Cultura foi criado
para trabalhar com as questões culturais de Santa Rosa do Sul, nos eventos e na
formação de leis municipais relacionadas a cultura, havendo participações de
membros de vários segmentos culturais da sociedade civil e também do setor
administrativo municipal, em reuniões bimestrais que acontecem no auditório da
Prefeitura Municipal. Vendo a importância de tantas manifestações que acontecem em nosso munícipio, Santa Rosa do Sul é uma terra rica em cultura desde tempos antigos, elas são organizadas pela administração pública municipal, pelas entidades religiosas, instituições de educação ou mesmo pelas próprias comunidades, enfim, engloba todos os moradores, mesmo sendo um munícipio pequeno, consegue ser forte e ultrapassar a barreira do tempo, c compromisso de cada sul santarosense é manter viva a chama dessa cultura, para que demos continuidade para as próximas gerações, contribuindo cada vez mais na História de nosso munícipio.
Autor. Andrio Cardoso Pereira
Fonte: Diagnóstico Cultural Santa Rosa do Sul (Plano Municipal de Cultural) páginas 217 até 220, 2015. Prefeitura Municipal de Santa Rosa do Sul.
Grande abraço, FELIZ PÁSCOA, bom fim de semana, até a próxima!
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